Frigoríficos perdem R$ 14 mi/dia com 'greve dos fiscais'
A perda de faturamento dos frigoríficos se dá porque os fiscais, em greve desde terça-feira, estão limitando a emissão de certidões em 30%, ou seja, 70% da produção não consegue sair da indústria. Enquanto isso, os abates estão ocorrendo normalmente. O resultado é que em poucos dias todos os frigoríficos de Mato Grosso terão que parar a produção por não ter mais condições de estocagem. Dependendo do tamanho da empresa, essa capacidade se esgota em no mínimo dois e no máximo cinco dias. "O prejuízo acaba sendo incalculável". Conforme Freitas, a imagem da indústria ficará comprometida tanto com clientes nacionais, quanto internacionais, por conta do não atendimento dos contratos.
O presidente do Sindifrigo lamenta que o setor tenha que ficar assistindo a essa situação sem poder fazer nada. "Só nos resta torcer para que o movimento não perdure". Freitas afirma ter consciência de que as reivindicações dos fiscais são justas, mas que a indústria não pode ser penalizada. Ele lembra que em 2005 houve uma paralisação semelhante dos fiscais, mas que não houve grandes reflexos porque terminou em uma semana.
Mato Grosso tem 75 fiscais federais agropecuários. Eles seguem a orientação nacional de greve por tempo indeterminado até que o governo federal apresente uma proposta que se aproxime do que a categoria pede. Os fiscais querem a reestruturação da carreira, que está contida em um projeto de lei engavetado no Ministério do Planejamento desde novembro de 2006.
No mês passado a categoria fez uma paralisação e só retornou às atividades porque o governo pediu 20 dias de prazo para apresentar uma proposta. Passado o tempo, o presidente da Associação dos Fiscais Federais da Agricultura em Mato Grosso (Affama), Joaquim Guimarães Botaro, diz que o governo sequer avaliou o projeto, por isso a decisão de greve.
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