Irã contribui com ataques mais precisos na Zona Verde, dize EU

As milícias que lançam morteiros e foguetes contra a vigiadíssima Zona Verde de Bagdá conseguem maior precisão nos últimos três meses graças ao treinamento dado pelo Irã, disse na quinta-feira o comandante operacional das forças dos EUA no Iraque.

"Nos últimos três meses vimos uma melhora significativa na capacidade dos lançadores de morteiros e foguetes para fazerem disparos precisos contra a Zona Verde e outros lugares", disse o general Raymond Odierno em entrevista coletiva.

"Achamos que isso está diretamente relacionado ao treinamento conduzido dentro do Irã", disse Odierno.

O embaixador dos EUA em Bagdá, Ryan Crocker, se encontrou na terça-feira com seu homólogo iraniano para discutir formas de estabilizar o Iraque. Crocker aproveitou a reunião para acusar o Irã de ampliar seu apoio às milícias xiitas iraquianas. O Irã novamente rejeitou tal acusação.

A Zona Verde, uma ampla área cercada no centro de Bagdá, reúne diversos órgãos oficiais. Os alvos mais valorizados são a embaixada dos EUA e prédios do governo iraquiano. Muitos ataques vêm da direção de bairros com forte presença da milícia Exército Mehdi, do clérigo radical xiita Moqtada Al Sadr.

Em recente relatório no qual citava os riscos de operar na Zona Verde, a ONU disse que os ataques são quase diários e que 26 pessoas foram mortas por disparos indiretos entre meados de fevereiro e final de maio.

Em 10 de julho, militantes lançaram uma das maiores chuvas de morteiros e foguetes contra a zona, matando pelo menos três pessoas, inclusive um militar dos EUA, e ferindo 18.

Washington acusa o Irã, um país xiita, de fornecer armas e treinamento às milícias xiitas iraquianas que combatem as forças norte-americanas e iraquianas.

Os EUA têm uma particular preocupação com os chamados explosivos penetrantes, capazes de destruir um tanque numa emboscada.