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Polícia Brasil
Quinta - 26 de Julho de 2007 às 08:15

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A Polícia Militar mudou rapidamente: conseguiu aumentar seu efetivo sem realizar concurso público, diminuiu gastos desnecessários e baixou a violência em mais de 40% nos últimos seis meses na Grande Cuiabá. Na busca de uma maior eficiência, veio à tona uma realidade escondida: problemas de gerenciamento. Para se ter idéia, um relatório reserva mostra que apenas e tão somente uma conta de Internet, acessada por um Notbook, a “gloriosa corporação” gastou mais de R$ 7 mil. Prática eloqüente de desperdício de dinheiro público, resultando em prejuízos sociais para a população.

O relatório secreto é quase dilacerante. Por exemplo, existe o caso de 30 viaturas que serviam às famílias de oficiais e que acabaram sendo recolhidas. Fora isso, haviam 180 celulares, cujas contas sem limites eram pagas pelo Governo. O documento, já nas mãos do governador Blairo Maggi e também encaminhado ao Ministério Público Estadual, aponta que cerca de 40% dos policiais militares lotados em Batalhões de Cuiabá e Várzea

Grande exerciam cargos administrativos – o que ajuda a explicar o baixo nível de policiamento nas ruas.

Das 22 folhas de pagamento que os militares perdiam tempo confeccionando todos os meses, foram reduzidas para apenas uma folha, reduzindo para menos de 2% o número de policiais militares fora de suas atividades fins. O resto voltou para as ruas, integrando-se ao Policiamento Ostensivo (PO). Fora os policiais dos Batalhões que trabalhavam apenas para confeccionar 22 folhas de pagamentos, a Polícia Militar também fez voltar para o PO 426 PMs, todos praticamente ociosos dentro da Polícia Rodoviária Estadual (PRE); do Batalhão de Trânsito (BT) e do Batalhão de Polícia Florestal (BPF).

Na pesquisa comprovou-se ainda mais: dos 240 homens do quadro da PRE até janeiro de 2007, apenas 54 trabalhavam no policiamento de fiscalização de três postos, localizados na saída de Cuiabá para Chapada dos Guimarães, no posto de acesso à estrada do Lago de Manso e no posto de saída de Cuiabá para Santo Antonio de Leverger. Os outros 176 policiais militares ficavam na base fazendo trabalhos burocráticos.

No Batalhão Florestal a situação era a mesma. Dos 180 homens, apenas 60 saiam para as ruas em revezamento diário no trabalho de fiscalização em barreiras, muitas vezes "invisíveis", alvo de seguidas denúncias. Os outros 120 policiais florestais ficavam na base realizando serviços burocráticos. No Batalhão de Trânsito a situação sempre foi idêntica. Dos 260 policiais responsáveis pela fiscalização do trânsito da Capital, apenas 60 trabalhavam nas ruas - 20 por dia - , trânsito, principalmente depois da chegada dos fiscais conhecidos como "Amarelinhos" ligados à Prefeitura de Cuiabá. Os outros 200 também ficavam no Batalhão realizando serviços burocráticos.

Com 426 homens que retirou da PRE, do BT e do BPF com mais 258 homens retirados dos Batalhões onde confeccionavam apenas 22 folhas de pagamentos, a Polícia Militar reforçou o Policiamento Ostensivo da Grande Cuiabá com mais 684 sem realizar concurso público.

Com mais homens nas ruas, a Polícia Militar, em parceria integrada com a Polícia Civil, trouxeram para baixo a violência com a realização de 58 operações. Operações que resultaram em 5.309 prisões e o cumprimento de 775 mandados de prisões preventivas expedidos pela Justiça em abertos nos últimos anos.

Com o cerco fechado contra o tráfico de drogas, principalmente com os fechamentos de "bocas de drogas" em Cuiabá e Várzea Grande - o tráfico de drogas é apontado como a mola mestra dos crimes de roubos e de furtos -, também vieram abaixo os crimes de homicídio. Dos 45 assassinatos registrados em janeiro desde ano, os números de homicídios também despencaram nos meses de fevereiro, março, abril, maio, julho e agora julho, que está fechando com apenas 14 assassinatos.





Fonte: 24 Horas News

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