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Ex-desembargador lembra como sobreviveu a dois acidentes de avião
"São segundos indescritíveis. Sua vida inteirinha passa pela sua cabeça no momento em que você está caindo". A frase é do desembargador aposentado Flávio José Bertin. Enquanto ainda era juiz em Mato Grosso, Bertin foi protagonista de pelo menos dois momentos assustadores a bordo de aeronaves. O ex-desembargador sobreviveu a dois acidentes de avião. Em dias que a aviação brasileira é questionada e a segurança de vôo posta em xeque, Bertin relembra os momentos de terror que viveu nos céus a bordo de pequenos aviões.
Flávio Bertin recebeu a reportagem do site TVCA.com.br para uma entrevista onde narrou como sobreviveu a duas quedas de aeronave e revelou que chegou a pensar que iria morrer. Após se safar dos dois acidentes sem ferimentos, Bertin ratificou a confiança em voar de avião. "Não fiquei com trauma. Tudo tem a sua hora. Tudo neste mundo é pré-determinado", frisou.
Confira abaixo a entrevista com o ex-desembargador Flávio José Bertin:
TVCA - O senhor sobreviveu a dois acidentes aéreos?
Bertin - Passei por dois acidentes de avião, além de muitos 'sustos'. Fui juiz por muitos anos em Barra do Garças. Em Barra era um juiz só. A Comarca pegava desde Barra até a divisa como Pará passando pelo Araguaia inteiro.
TVCA - Em que ano?
Bertin - De 1972 até 1979, que estive lá. Então, andávamos muito de avião. O ex-prefeito, que também foi deputado, emprestava o avião. Era monomotor. Também tinha um avião da Exatoria Estadual. O governador punha à disposição este avião. Eram uns aviões velhos, caindo aos pedaços. Passei muitos sustos. Muitas vezes tivemos que fazer pouso forçado porque abaixava o óleo. Teve uma ocasião que o piloto teve que botar óleo de caminhão para podermos chegar até Barra do Garças. Nunca tivemos acidentes com conseqüências graves.
TVCA - Como foi o primeiro acidente?
Bertin - Em uma ocasião, um amigo meu de Barra do Garças tinha um Cessna 140 com dois lugares. Minha família morava em Campinas. Ele disse que passaria em Carazinho (RS) para visitar parentes e que depois iria a Campinas. Isso era 22 ou 23 de dezembro, véspera de Natal. Só não me ative ao problema de que ele tinha tirado o brevê há 10 ou 15 dias. Saímos de Barra do Garças e paramos em Maringá (PR) para abastecer.
TVCA - Em que ano foi?
Bertin - Em 1975 ou 1976. Em Maringá já aconteceu um problema interessante. Ele desceu em uma pista e estranhei porque era uma pista asfaltada, muito bonita, mas não tinha um avião nem posto de combustível. Ele parou e na cabeceira da pista tinha um cidadão carpindo. Ele disse 'nós descemos certo em Maringá?'. E o rapaz disse que descemos certo, mas que aquele aeroporto ainda não tinha sido inaugurado. O aeroporto era do outro lado da cidade. Já descemos errado. Saímos dali e fomos até Cianorte, porque estava chovendo demais. No dia seguinte pegamos como destino Carazinho. O tempo estava fechado e ele passou por cima das nuvens, ficamos girando, girando, depois de quase duas horas voando. Ele tentou descer.
TVCA - Em Carazinho?
Bertin - Carazinho não. Ele não sabia onde era porque ele não sabia mexer com o rádio. Aí ele tentava descer até certa altura, mas não enxergava nada. Voltava e ia novamente. Até que em determinada hora o motor parou. A gasolina parou, depois de umas duas horas voando. O avião veio para baixo como um foguete. Quando saímos das nuvens, o avião bateu na copa de uma árvore e caímos em um campo de soja. Tinha chovido bastante durante a noite. Bateu de bico, pilonou [capotou], como eles chamam. O motor foi para um lado, as asas para outro, rabo ficou para trás e só o miolo com a gente de cabeça para baixo. Felizmente não tive nenhum arranhão e ele teve apenas uma escoriação em um dos dedos. Essa foi a primeira vez.
TVCA - E o avião estava mesmo sobrevoando Carazinho?
Bertin - Não. Caímos a 30 quilômetros de Passo Fundo (RS). Um fazendeiro nos levou em um caminhão até Passo Fundo e lá pegamos um táxi até Carazinho. Posso dizer que a sensação de cair de um avião é algo que não tem explicação porque você sabe que vai cair, você sabe que, tem quase certeza, que vai morrer. São alguns segundos indescritíveis. Sua vida inteirinha passa pela sua cabeça no momento em que você está caindo.
TVCA - O senhor pensou que iria morrer?
Bertin - Eu pensava que não iria escapar, em hipótese alguma. Embora fosse um avião pequeno, que planava um pouco, mas veio com uma velocidade muito grande. Diferente do segundo acidente de avião que sofri.
TVCA -Como foi o segundo acidente?
Bertin - A segunda vez foi mais ou menos um ano depois. O segundo foi quase um pouso forçado. Eu saí de um avião de Rondonópolis para ir a Barra do Garças. Depois de voar uns 15 minutos, o piloto, que era experiente, entrou em um CB [turbulência]. O avião subia mil pés e descia mil pés, aquele balanço. Ele falou 'vamos aterrisar onde der'. Ele baixou e vimos uma estrada grande, larga. Ele falou 'é aqui que nós vamos'. Quando ele deu a volta e nós vimos a estrada novamente, era estreitinha. De um lado tinha uma mata e do outro lado uma cerca. Era um aceiro contra fogo, na beira de uma fazenda. Ele entrou. Uma asa bateu em um mourão de cerca e a outra asa bateu em uma árvore. Só foi o charuto para frente e ficamos dentro no avião. As asas ficaram para trás. Estava cheio o tanque de gasolina. Foi gasolina para todo lado e já era quase seis horas da tarde, escurecendo. Ficamos ali a noite inteira sem poder acender um fósforo esperando clarear o dia. Quando clareou o dia, quase em frente onde estávamos, uns 15 metros, havia uma estrada grande. Por incrível que pareça durante a noite não passou por ali uma condução. Estávamos próximo do município de Tesouro.
TVCA - Na época não havia como se comunicar com ninguém? Não havia celular.
Bertin - Não havia celular. Não existia nada.
TVCA - Nesse avião só estava o senhor e o piloto?
Bertin - Só nós dois.
TVCA - Ficaram feridos?
Bertin - Não. Só uns galos na cabeça por causa das pancadas. Mas a sorte nossa foi que não explodiu, não pegou fogo. Nós achávamos que estávamos perto de Barra do Garças. Mas não estávamos. A coisa é feia.
TVCA - Depois teve algum receio de andar de avião?
Bertin - Não sou filho de pai assustado. Não tenho medo e não fiquei com trauma de avião.
TVCA - E as pessoas que andavam com o senhor?
Bertin - As pessoas passaram a me chamar de pé-frio (risos).
TVCA - Pé-frio ou pé-quente? Afinal, o senhor sobreviveu aos dois acidentes.
Bertin - É sobrevivi aos dois acidentes. O avião foi feito para voar. E o avião não cai. O ser humano é que derruba o avião, principalmente o avião pequeno. Nas duas vezes, o avião fez de tudo ao nosso favor. É um transporte muito seguro, desde que você obedeça as regras do jogo. Tem que respeitar a natureza, o tempo, fazer as revisões na aeronave, ter uma pessoa qualificada para pilotar. É muito seguro o transporte aéreo. Mas hoje virou moda acidente de avião.
TVCA - Como o senhor avalia a atual situação da aviação brasileira?
Bertin - No Brasil, as coisas funcionam de uma maneira interessante. Estava analisando esse acidente aéreo. Hoje, a pista de Congonhas é curta, os pilotos se recusam a descer na pista, como se esta pista tivesse encurtado no último ano. Há quanto tempo a pista tem esse tamanho? E esses Airbus, aviões grandes, também não chegaram esse ano. Faz 10 anos que eles descem nessa pista e nunca aconteceu um acidente. Houve aquele acidente da Gol, mas não foi problema do aeroporto e nem da pista. É como agora, nesse acidente da Tam, esse acidente tem uma série de culpados.
TVCA - E como resolver o problema?
Bertin - Acho que o grande defeito que está acontecendo na aviação chama-se incompetência. Porque a empresa privada sempre funciona melhor que a empresa pública? Porque na empresa privada o cidadão ou ele faz certo ou ele vai para a rua. Na empresa pública não. Nós temos esse ministro da Defesa que, pelo amor de Deus. Pelo amor de Deus. Será que precisam cair mais cinco aviões para tirar esse homem de lá? Esse homem é incompetente. Se ele tivesse competência ele já teria resolvido, tomado algumas providências.
TVCA - Quando o senhor sofreu esses acidentes, como era a segurança de vôo?
Bertin - Hoje, em função do grande tráfego aéreo, os controladores de vôo têm um papel preponderante. A aparelhagem técnica, sistema de rádio, de radar, tudo isso tem que ser muito bem gerenciado e com manutenção muito boa. Em Barra do Garças não tinha nada. Tinha a Infraero, controlador de vôo, dois ou três membros da aeronáutica que controlavam os vôos. Para decolar ou para descer tinha que pedir autorização. Depois, durante algum tempo, tinha uma base aérea em Nova Xavantina. No resto, não tinha em lugar nenhum. Em Rondonópolis não tinha.
TVCA - O senhor disse que não tinha medo de avião. E agora, não pelo medo, mas pelo transtorno dos atrasos, ainda viaja de avião?
Bertin - Estou precisando ir a São Paulo, mas estou pensando em ir de carro. Mas eu confio [em avião]. Se tiver que ir a São Paulo, ainda prefiro descer em Congonhas. Na véspera, nem o peru. A véspera é o dia do peru. Se tiver que morrer... Não tem jeito. Durante quantos anos eu desci e decolei de Congonhas? Não vai ser agora. A coisa também não é assim. Tudo tem a sua hora. Tudo neste mundo é pré-determinado.
Flávio Bertin recebeu a reportagem do site TVCA.com.br para uma entrevista onde narrou como sobreviveu a duas quedas de aeronave e revelou que chegou a pensar que iria morrer. Após se safar dos dois acidentes sem ferimentos, Bertin ratificou a confiança em voar de avião. "Não fiquei com trauma. Tudo tem a sua hora. Tudo neste mundo é pré-determinado", frisou.
Confira abaixo a entrevista com o ex-desembargador Flávio José Bertin:
TVCA - O senhor sobreviveu a dois acidentes aéreos?
Bertin - Passei por dois acidentes de avião, além de muitos 'sustos'. Fui juiz por muitos anos em Barra do Garças. Em Barra era um juiz só. A Comarca pegava desde Barra até a divisa como Pará passando pelo Araguaia inteiro.
TVCA - Em que ano?
Bertin - De 1972 até 1979, que estive lá. Então, andávamos muito de avião. O ex-prefeito, que também foi deputado, emprestava o avião. Era monomotor. Também tinha um avião da Exatoria Estadual. O governador punha à disposição este avião. Eram uns aviões velhos, caindo aos pedaços. Passei muitos sustos. Muitas vezes tivemos que fazer pouso forçado porque abaixava o óleo. Teve uma ocasião que o piloto teve que botar óleo de caminhão para podermos chegar até Barra do Garças. Nunca tivemos acidentes com conseqüências graves.
TVCA - Como foi o primeiro acidente?
Bertin - Em uma ocasião, um amigo meu de Barra do Garças tinha um Cessna 140 com dois lugares. Minha família morava em Campinas. Ele disse que passaria em Carazinho (RS) para visitar parentes e que depois iria a Campinas. Isso era 22 ou 23 de dezembro, véspera de Natal. Só não me ative ao problema de que ele tinha tirado o brevê há 10 ou 15 dias. Saímos de Barra do Garças e paramos em Maringá (PR) para abastecer.
TVCA - Em que ano foi?
Bertin - Em 1975 ou 1976. Em Maringá já aconteceu um problema interessante. Ele desceu em uma pista e estranhei porque era uma pista asfaltada, muito bonita, mas não tinha um avião nem posto de combustível. Ele parou e na cabeceira da pista tinha um cidadão carpindo. Ele disse 'nós descemos certo em Maringá?'. E o rapaz disse que descemos certo, mas que aquele aeroporto ainda não tinha sido inaugurado. O aeroporto era do outro lado da cidade. Já descemos errado. Saímos dali e fomos até Cianorte, porque estava chovendo demais. No dia seguinte pegamos como destino Carazinho. O tempo estava fechado e ele passou por cima das nuvens, ficamos girando, girando, depois de quase duas horas voando. Ele tentou descer.
TVCA - Em Carazinho?
Bertin - Carazinho não. Ele não sabia onde era porque ele não sabia mexer com o rádio. Aí ele tentava descer até certa altura, mas não enxergava nada. Voltava e ia novamente. Até que em determinada hora o motor parou. A gasolina parou, depois de umas duas horas voando. O avião veio para baixo como um foguete. Quando saímos das nuvens, o avião bateu na copa de uma árvore e caímos em um campo de soja. Tinha chovido bastante durante a noite. Bateu de bico, pilonou [capotou], como eles chamam. O motor foi para um lado, as asas para outro, rabo ficou para trás e só o miolo com a gente de cabeça para baixo. Felizmente não tive nenhum arranhão e ele teve apenas uma escoriação em um dos dedos. Essa foi a primeira vez.
TVCA - E o avião estava mesmo sobrevoando Carazinho?
Bertin - Não. Caímos a 30 quilômetros de Passo Fundo (RS). Um fazendeiro nos levou em um caminhão até Passo Fundo e lá pegamos um táxi até Carazinho. Posso dizer que a sensação de cair de um avião é algo que não tem explicação porque você sabe que vai cair, você sabe que, tem quase certeza, que vai morrer. São alguns segundos indescritíveis. Sua vida inteirinha passa pela sua cabeça no momento em que você está caindo.
TVCA - O senhor pensou que iria morrer?
Bertin - Eu pensava que não iria escapar, em hipótese alguma. Embora fosse um avião pequeno, que planava um pouco, mas veio com uma velocidade muito grande. Diferente do segundo acidente de avião que sofri.
TVCA -Como foi o segundo acidente?
Bertin - A segunda vez foi mais ou menos um ano depois. O segundo foi quase um pouso forçado. Eu saí de um avião de Rondonópolis para ir a Barra do Garças. Depois de voar uns 15 minutos, o piloto, que era experiente, entrou em um CB [turbulência]. O avião subia mil pés e descia mil pés, aquele balanço. Ele falou 'vamos aterrisar onde der'. Ele baixou e vimos uma estrada grande, larga. Ele falou 'é aqui que nós vamos'. Quando ele deu a volta e nós vimos a estrada novamente, era estreitinha. De um lado tinha uma mata e do outro lado uma cerca. Era um aceiro contra fogo, na beira de uma fazenda. Ele entrou. Uma asa bateu em um mourão de cerca e a outra asa bateu em uma árvore. Só foi o charuto para frente e ficamos dentro no avião. As asas ficaram para trás. Estava cheio o tanque de gasolina. Foi gasolina para todo lado e já era quase seis horas da tarde, escurecendo. Ficamos ali a noite inteira sem poder acender um fósforo esperando clarear o dia. Quando clareou o dia, quase em frente onde estávamos, uns 15 metros, havia uma estrada grande. Por incrível que pareça durante a noite não passou por ali uma condução. Estávamos próximo do município de Tesouro.
TVCA - Na época não havia como se comunicar com ninguém? Não havia celular.
Bertin - Não havia celular. Não existia nada.
TVCA - Nesse avião só estava o senhor e o piloto?
Bertin - Só nós dois.
TVCA - Ficaram feridos?
Bertin - Não. Só uns galos na cabeça por causa das pancadas. Mas a sorte nossa foi que não explodiu, não pegou fogo. Nós achávamos que estávamos perto de Barra do Garças. Mas não estávamos. A coisa é feia.
TVCA - Depois teve algum receio de andar de avião?
Bertin - Não sou filho de pai assustado. Não tenho medo e não fiquei com trauma de avião.
TVCA - E as pessoas que andavam com o senhor?
Bertin - As pessoas passaram a me chamar de pé-frio (risos).
TVCA - Pé-frio ou pé-quente? Afinal, o senhor sobreviveu aos dois acidentes.
Bertin - É sobrevivi aos dois acidentes. O avião foi feito para voar. E o avião não cai. O ser humano é que derruba o avião, principalmente o avião pequeno. Nas duas vezes, o avião fez de tudo ao nosso favor. É um transporte muito seguro, desde que você obedeça as regras do jogo. Tem que respeitar a natureza, o tempo, fazer as revisões na aeronave, ter uma pessoa qualificada para pilotar. É muito seguro o transporte aéreo. Mas hoje virou moda acidente de avião.
TVCA - Como o senhor avalia a atual situação da aviação brasileira?
Bertin - No Brasil, as coisas funcionam de uma maneira interessante. Estava analisando esse acidente aéreo. Hoje, a pista de Congonhas é curta, os pilotos se recusam a descer na pista, como se esta pista tivesse encurtado no último ano. Há quanto tempo a pista tem esse tamanho? E esses Airbus, aviões grandes, também não chegaram esse ano. Faz 10 anos que eles descem nessa pista e nunca aconteceu um acidente. Houve aquele acidente da Gol, mas não foi problema do aeroporto e nem da pista. É como agora, nesse acidente da Tam, esse acidente tem uma série de culpados.
TVCA - E como resolver o problema?
Bertin - Acho que o grande defeito que está acontecendo na aviação chama-se incompetência. Porque a empresa privada sempre funciona melhor que a empresa pública? Porque na empresa privada o cidadão ou ele faz certo ou ele vai para a rua. Na empresa pública não. Nós temos esse ministro da Defesa que, pelo amor de Deus. Pelo amor de Deus. Será que precisam cair mais cinco aviões para tirar esse homem de lá? Esse homem é incompetente. Se ele tivesse competência ele já teria resolvido, tomado algumas providências.
TVCA - Quando o senhor sofreu esses acidentes, como era a segurança de vôo?
Bertin - Hoje, em função do grande tráfego aéreo, os controladores de vôo têm um papel preponderante. A aparelhagem técnica, sistema de rádio, de radar, tudo isso tem que ser muito bem gerenciado e com manutenção muito boa. Em Barra do Garças não tinha nada. Tinha a Infraero, controlador de vôo, dois ou três membros da aeronáutica que controlavam os vôos. Para decolar ou para descer tinha que pedir autorização. Depois, durante algum tempo, tinha uma base aérea em Nova Xavantina. No resto, não tinha em lugar nenhum. Em Rondonópolis não tinha.
TVCA - O senhor disse que não tinha medo de avião. E agora, não pelo medo, mas pelo transtorno dos atrasos, ainda viaja de avião?
Bertin - Estou precisando ir a São Paulo, mas estou pensando em ir de carro. Mas eu confio [em avião]. Se tiver que ir a São Paulo, ainda prefiro descer em Congonhas. Na véspera, nem o peru. A véspera é o dia do peru. Se tiver que morrer... Não tem jeito. Durante quantos anos eu desci e decolei de Congonhas? Não vai ser agora. A coisa também não é assim. Tudo tem a sua hora. Tudo neste mundo é pré-determinado.
Fonte:
TVCA
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/214904/visualizar/
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