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Nacional
Terça - 24 de Julho de 2007 às 17:50

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Porto Alegre, 24 - O Ministério da Agricultura (Mapa) reabriu o debate sobre a revisão do zoneamento para o plantio de soja no Rio Grande do Sul, cujas modificações seriam adotadas na safra passada, mas foram transferidas para este ano. A avaliação do Mapa prevê restrições ao cultivo da oleaginosa em 68 municípios gaúchos da Fronteira Oeste e áreas das Missões e Campanha com base em dados coletados durante 11 anos sobre as condições de chuva, evaporação, vento, umidade do ar e tipos de solo. Em alguns municípios, a limitação recomendada é parcial, explicou o superintendente federal da Agricultura, Francisco Signor, pois há solos que permitem o cultivo. "Estamos estimulando o debate, porque é importante que os produtores obtenham conhecimento", comentou Signor. Para ter eficácia na próxima safra, uma nova portaria do zoneamento precisará ser editada até outubro. Há uma reunião marcada para o dia 31 de julho, em Rosário do Sul, para discutir a recomendação do Mapa.

O ministério não tem um cálculo da área que poderia ser afetada pelas restrições. Já os produtores consideram que a exclusão de solos tipo 2 (com 15% a 35% de argila), que estaria prevista na revisão, afetaria quase 200 municípios. Se a regra entrar em vigor, perto de 1 milhão de hectares na região sul do Estado poderiam ser prejudicados, calculou o coordenador da comissão de crédito rural da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Elmar Konrad.

Sem a recomendação do zoneamento, os produtores destes municípios não poderiam contratar financiamentos com cobertura do seguro agrícola (Proagro). "Hoje, (a portaria) não condiz com a realidade econômica, técnica ou social", afirmou Konrad. Nestas regiões, há municípios em que o índice de chuvas corresponde à metade da média estadual daqueles que produzem soja, comparou Signor.

"O zoneamento é uma ferramenta para que os produtores plantem com menor risco", disse o superintendente, prevendo que também será feita uma audiência pública na Assembléia Legislativa para discutir a proposta do Mapa. O objetivo é evitar que produtores destas cidades tenham que recorrer ao Proagro com freqüência devido à frustração da safra.

As variedades mais prejudicadas pela falta de chuva nestas localidades são as precoces, disse Signor. Em algumas, o rendimento fica em 1.800 quilos por hectare, mas ainda assim os agricultores argumentam que é vantajoso plantar soja, reproduziu o superintendente. A produtividade média do Estado ficou em 2.500 Kg/ha na safra 2006/07.

O presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), Iwao Miyamoto, defendeu que o País dispõe de variedades e técnicas agrícolas adaptadas ao plantio em áreas carentes de chuva. "A solução é o uso de tecnologia, principalmente de sementes certificadas recomendadas pela pesquisa para a região, porque os agricultores gaúchos guardam sementes de baixa qualidade", avaliou o dirigente.




Fonte: AE

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