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Internacional
Terça - 24 de Julho de 2007 às 17:35

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CHARLESTON, ESTADOS UNIDOS - Defendendo sua estratégia numa guerra cada vez mais impopular, o presidente dos EUA, George W. Bush, insistiu na terça-feira na tentativa de vincular a guerra do Iraque ao confronto global contra a Al Qaeda.

O discurso de Bush foi feito na base aérea de Charleston, Carolina do Sul, cidade onde na véspera ocorrera um debate entre pré-candidatos democratas à Presidência, repleto de apelos pela retirada das tropas norte-americanas do Iraque.

Bush citou documentos recém-liberados para reagir às acusações de que a guerra do Iraque distraiu os EUA da guerra ao terrorismo como um todo.

"A Al Qaeda no Iraque é um grupo financiado por terroristas estrangeiros, guiado em grande parte por terroristas estrangeiros e leal a um líder terrorista estrangeiro: Osama bin Laden", disse Bush a uma platéia onde predominavam militares e seus parentes.

"Eles sabem que são a Al Qaeda, o povo iraquiano sabe que são a Al Qaeda, gente de todo o mundo islâmico sabe que são a Al Qaeda", insistiu.

Ciente de que é difícil impor a guerra do Iraque à opinião pública, Bush opta por dar ênfase à Al Qaeda, o grupo responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001.

Mas críticos o acusam de exagerar nas conexões entre a Al Qaeda e militantes no Iraque para justificar a presença militar dos EUA no país, deixando em segundo plano o conflito sectário.

"A afirmação do presidente de que a guerra no Iraque está nos protegendo da Al Qaeda é tão desgovernada e perigosa quanto as conclusões que nos guiaram ao Iraque antes de tudo", disse o líder da maioria no Senado, o democrata Harry Reid.

Em setembro, o governo deve receber um relatório sobre a situação no Iraque, o que democratas e mesmo alguns republicanos esperam que sirva como estopim para o início da retirada.

Bush declarou que "a fusão entre a Al Qaeda e seus afiliados iraquianos é uma aliança de assassinos", e reiterou seu argumento de que uma retirada precipitada permitiria que esses militantes usassem o Iraque como refúgio.

"A luta poderia mergulhar toda a região no caos, e em breve enfrentaríamos um Oriente Médio dominado por extremistas islâmicos que iriam buscar armas nucleares e usar seu controle do petróleo para uma chantagem econômica ou para financiar novos ataques à nossa nação", declarou Bush.

Na semana passada, um relatório de inteligência alertou que os EUA estão sob ameaça de um novo ataque da Al Qaeda, que estaria se enraizando em áreas tribais do Paquistão --algo que democratas apontaram como sinal de que o governo errou ao se preocupar com a guerra do Iraque.

Pesquisa Washington Post/ABC News mostrou que 80 por cento dos norte-americanos consideram Bush inflexível demais na guerra do Iraque --aumento de 12 pontos desde dezembro-- e que a maioria prefere que o Congresso tome as decisões sobre quando retirar as forças.





Fonte: Reuters

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