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Internacional
Terça - 24 de Julho de 2007 às 15:55

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O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Alberto Gonzales, foi submetido hoje a uma série de perguntas diante do Senado, às quais se negava ou respondia vagamente, enquanto os parlamentares questionavam suas respostas.

Gonzales compareceu hoje ao Comitê de Assuntos Judiciais do Senado para tentar esclarecer o polêmico caso dos oito procuradores federais americanos demitidos em dezembro. Os democratas acreditam que por trás da decisão houve um motivo político.

Tanto o Departamento de Justiça quanto o Congresso americano investigam a suposta participação da Casa Branca no caso.

O secretário de Justiça insistiu, na introdução e nas respostas aos senadores, que tem intenção de permanecer no posto "para resolver os problemas".

Além disso, os senadores discutiram uma questão complexa envolvendo o ex-secretário de Justiça John Ashcroft. Em maio, um funcionário do departamento disse que Gonzales e Andy Card, ex-chefe de Gabinete da Casa Branca, pressionaram Ashcroft quando ele estava no hospital para aprovar novamente o programa de espionagem do presidente dos EUA, George W. Bush.

"Como foi possível obter aprovação de Ashcroft para qualquer coisa quando ele estava sedado e fraco?", perguntou o senador republicano Arlen Specter a Gonzales. Desde que explodiu o escândalo, ele foi um dos maiores críticos do atual secretário de Justiça.

O secretário afirmou que não foi ao hospital para pressionar o antecessor no cargo.

Specter se mostrou a favor de solicitar ao Governo a criação de uma função de procurador especial para investigar o caso da demissão dos funcionários federais.

"Fomos ao hospital porque nos pareceu importante que (Ashcroft) soubesse em que ponto se estava o Congresso em relação ao tema do programa de escutas" telefônicas, disse Gonzales. O plano foi estabelecido por Bush após os atentados de 11 de setembro.

Em outro momento da sessão no comitê do Senado, durante a fase de perguntas dos senadores, Gonzales se negou a falar sobre as possíveis acusações formais de desacato contra a ex-assessora legal Harriet Miers e o ex-chefe de gabinete da Casa Branca Joshua Bolton.

O Comitê Judicial da Câmara de Representantes deve votar amanhã se será feita uma acusação formal de desacato contra Harriet Miers e Bolton por desobedecerem a uma convocação do Congresso, ligada à investigação no caso dos procuradores.

Esse comitê convocou ambos a depor e entregar documentos relacionados ao caso. No entanto, a Casa Branca recorreu ao "privilégio executivo", que permite ao presidente não divulgar informação relativa aos processos internos do Poder Executivo.

Seguindo as instruções do advogado da Casa Branca, Fred Fielding, Harriet Miers não compareceu a uma audiência convocada no dia 12 julho.

Em relação ao programa de escutas e à demissão dos oito procuradores, por supostas diferenças a respeito deste plano, Gonzales explicou que houve divergências, "mas sobre outros trabalhos de espionagem".

Quanto a esta declaração, Arlen Specter também se mostrou cético.

Entre os democratas, o senador por Nova York, Charles Schumer, disse que Gonzales havia "decepcionado" os senadores. O secretário insistiu em que permanece no cargo para tentar reparar o dano causado a seu departamento pelo escândalo. Ele disse, ainda, que uma de suas prioridades no Departamento de Justiça é restaurar a confiança do público.




Fonte: EFE

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