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Nacional
Terça - 24 de Julho de 2007 às 07:45

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Depois de permanecer vários dias recluso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve retomar sua agenda com eventos públicos. Para sua sorte, a programação inicialmente preparada para esta semana previa visitas a capitais do Nordeste -região onde o petista desfruta da maior taxa de popularidade.

Quando ocorreu o acidente da TAM no aeroporto de Congonhas, na terça-feira da semana passada, Lula preferiu apenas soltar uma nota de pesar pelas mortes. Seus adversários políticos em São Paulo, José Serra (governador) e Gilberto Kassab (prefeito da capital paulista), foram até o local do acidente e deram entrevistas.

No dia seguinte, dada a reação adversa no Congresso e na mídia, Lula chegou a cogitar aparecer em público falando do episódio. Recuou. Disse a assessores que tinha receio de politizar a tragédia se entrasse na guerra de versões sobre as causas da queda do avião.

Prevaleceu então a estratégia de só falar em público quando fosse possível anunciar alguma medida prática visando a melhorar a segurança das operações em Congonhas.

O presidente acabou fazendo um pronunciamento em cadeia nacional de rede de rádio e TV na sexta-feira, quando anunciou a redução do número de vôos no principal aeroporto do país, entre outras decisões -todas sem eficácia comprovada.

Pesquisa Datafolha divulgada no domingo revela que 6% dos paulistanos atribuem ao governo federal e a Lula a responsabilidade sobre o acidente da TAM; 43% dos entrevistados disseram que o desempenho do presidente na crise aérea é ruim ou péssimo.

Nesta semana, Lula passará dois dias viajando para quatro capitais nordestinas. Deve sair de Brasília amanhã à noite. Estará em Aracaju (SE) e João Pessoa (PB) na quinta-feira; e em Natal (RN) e Teresina (PI) na sexta. O presidente deve anunciar obras de saneamento incluídas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Depois do acidente em Congonhas, Lula visitaria os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, também para anunciar obras do PAC.

Cancelou a agenda --essa é a região do país onde o petista tem suas avaliações menos positivas. São também gaúchos parte considerável dos mortos na queda do avião da TAM.

Apesar de ter ficado fora dos holofotes, Lula achou muito ruim o fato de seus principais assessores relacionados ao setor aéreo também terem se retraído logo depois da tragédia em Congonhas.

A irritação maior ficou concentrada no ministro da Defesa, Waldir Pires, no presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, e no presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazi. Na semana passada, o Planalto deixou prosperar com vigor a informação sobre uma iminente substituição de Waldir Pires.

Curiosamente, Lula reagiu de maneira compreensiva com o seu assessor especial Marco Aurélio Garcia, flagrado na semana passada pela TV Globo ao fazer um gesto obsceno --bater uma mão espalmada na outra, fechada, no movimento conhecido como "top, top, top".

A avaliação do presidente é que esse fato tem importância menor. O mais relevante é tentar demonstrar à população que não há interesse do governo em manipular os dados sobre as apurações do acidente.

Até a próxima semana devem estar disponíveis análises preliminares da caixa-preta do avião da TAM. A ordem palaciana é divulgar os dados rapidamente, não importando quais sejam as causas do acidente.




Fonte: Folha Online

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