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Projeto básico da loteria estadual prevê que empresa vencedora da licitação terá que repassar para o governo, no mínimo, 18% do arrecadado
Lemat arrecadará R$ 411 mi em 10 anos
Demóstenes Milhomem/AL
Consulta pública sobre a Loteria do Estado de Mato Grosso (Lemat), realizada em março deste ano; empresa privada terá co
O governo calcula que a Lemat (Loteria do Estado de Mato Grosso) deverá gerar cerca de R$ 411 milhões em apostas ao longo de dez anos.
O número consta do projeto básico, documento com informações técnicas que vão orientar o processo licitatório para a escolha da empresa responsável por assumir o jogo no Estado. No próximo dia 13 de maio, às 14h30, o governo realiza uma audiência pública na Assembleia Legislativa para a apresentação do projeto.
Será considerada vencedora a empresa que demonstrar melhor capacidade técnica e oferecer o maior percentual de remuneração para o Estado. O percentual mínimo exigido será de 18% do arrecadado nas apostas. Parte do dinheiro será revertida para o Fundo de Desenvolvimento do Desportivo do Estado de Mato Grosso (Funded) e o Fundo Estadual de Assistência Social (Feas).
Poderão participar da licitação empresas nacionais ou estrangeiras – isoladamente ou em consórcio – que comprovem a atuação no segmento de loterias. Elas também precisarão atender às exigências de qualificação técnica e financeira relacionadas no edital de licitação, que ainda será lançado. O contrato terá validade de dez anos, podendo ser prorrogado por mais cinco.
Além do percentual mínimo, a cada ano a concessionária terá que repassar uma garantia de 3% do valor anual do contrato, seja como caução em dinheiro, seguro-garantia ou fiança bancária. Ao menos cinco empresas, inclusive estrangeiras, já demonstraram interesse em assumir a Loteria.
O governo estabeleceu que os jogos lotéricos – na modalidade instantânea e convencional – serão, inicialmente, em meio físico. Futuramente, se houver acordo entre as partes e potencial de mercado, os jogos poderão ser disponibilizados na modalidade eletrônica.
Uma das exigências do governo é que a Loteria seja operada durante todo o período estabelecido em contrato, ininterruptamente, sob risco de a concessionária sofrer sanções.
O retorno da Loteria Estadual de Mato Grosso – ela foi desativada na década de 80 – começou a ser desenhado em 2010, com a aprovação da lei garantindo a sua reativação.
A concessão dos jogos precisou ser adiada em 2012, após o Diário revelar, com exclusividade, que o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira dava como certo que iria controlar a Lemat.
Conversas por e-mail interceptadas pela PF, em outubro de 2010, mostravam que pessoas ligadas a Cachoeira estavam satisfeitas com a reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB), dando a entender que com ele seria mais fácil assumir o jogo.
“Agora, vamos implantar a loteria em Mato Grosso”, escreveu o consultor argentino Roberto Coppola em mensagem a Adriano de Souza, cunhado de Cachoeira. Na época, o governador minimizou a informação e disse que se tratava de uma “conversa de malucos”.
Fonte:
Do Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/21531/visualizar/
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