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AKP confirma vitória arrasadora nas eleições turcas
Com 96,9% dos votos apurados, o governante Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, obteve uma vitória esmagadora nas eleições gerais da Turquia, com 46,8% dos votos, frente aos 34,28% que haviam sido obtidos em 2002.
Desta forma, o AKP consegue superar os temores de uma "islamização" do país, espalhados pela oposição laicista e pelas forças ultranacionalistas.
Os resultados definitivos serão divulgados amanhã, mas a situação de hoje não deverá ter mudanças significativas. Desta forma, três partidos políticos, além de 23 candidatos independentes, passarão a compor a Grande Assembléia Nacional (Parlamento).
O AKP poderá governar confortavelmente sozinho, pois, embora com 15 deputados a menos do que os 356 atuais, superará o mínimo de 276 deputados requerido para a maioria absoluta.
Uma multidão se concentrou hoje diante da sede do AKP, em Ancara, para comemorar um resultado previsto apenas pelas pesquisas mais otimistas.
O segundo partido representado no plenário é, ao mesmo tempo, o grande perdedor do dia: o laicista Partido Republicano do Povo (CHP), que obteve 20,8% dos votos.
Na realidade, o CHP não soube capitalizar o medo de um suposto programa de islamização do AKP, apesar de contar com o apoio de uma influente instituição: o Exército turco.
A maioria dos analistas políticos atribuiu o baixo apoio ao CHP ao histórico do Exército, que já realizou três golpes de estado desde 1960.
Desta vez, no entanto, a população considerou que devia defender o partido no Governo, e que os militares não deveriam se intrometer na vida política do país.
As Forças Armadas interferiram na política em abril, com uma advertência ao AKP, por querer impor como candidato à Presidência da República o ministro de Assuntos Exteriores Abdullah Gül, considerado "mais um elemento no programa de islamização do Governo".
O terceiro colocado foi o Partido da Ação Nacionalista (MHP), que conseguiu 14,4% dos votos, porcentagem superior à obtida em 2002 (8,3%). Na ocasião, o partido não pôde ser representado no Parlamento, por não alcançar o mínimo exigido de 10%.
Os ultranacionalistas do MHP souberam aproveitar a situação de medo de uma possível islamização que poderia ser feita pelos moderados do AKP.
Pela primeira vez na história do país, os curdos serão representados no Parlamento, com cerca de 23 deputados independentes, que formarão um grupo parlamentar chamado "Partido da Sociedade Democrática (DTP)".
O líder do partido, Ahmet Türk, disse que o grupo lançará um novo processo para atuar "em uma Turquia democrática na qual os curdos possam se expressar com liberdade".
"Tentaremos conseguir estes objetivos mediante a reconciliação e o diálogo", disse o dirigente à televisão.
A questão curda será uma dos primeiros temas debatidos pelo Parlamento, segundo Erdogan.
Desde que o ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado o braço armado do DTP, começou a luta armada em 1984, mais de 35 mil pessoas morreram na Turquia, incluindo soldados turcos e civis.
Desta forma, o AKP consegue superar os temores de uma "islamização" do país, espalhados pela oposição laicista e pelas forças ultranacionalistas.
Os resultados definitivos serão divulgados amanhã, mas a situação de hoje não deverá ter mudanças significativas. Desta forma, três partidos políticos, além de 23 candidatos independentes, passarão a compor a Grande Assembléia Nacional (Parlamento).
O AKP poderá governar confortavelmente sozinho, pois, embora com 15 deputados a menos do que os 356 atuais, superará o mínimo de 276 deputados requerido para a maioria absoluta.
Uma multidão se concentrou hoje diante da sede do AKP, em Ancara, para comemorar um resultado previsto apenas pelas pesquisas mais otimistas.
O segundo partido representado no plenário é, ao mesmo tempo, o grande perdedor do dia: o laicista Partido Republicano do Povo (CHP), que obteve 20,8% dos votos.
Na realidade, o CHP não soube capitalizar o medo de um suposto programa de islamização do AKP, apesar de contar com o apoio de uma influente instituição: o Exército turco.
A maioria dos analistas políticos atribuiu o baixo apoio ao CHP ao histórico do Exército, que já realizou três golpes de estado desde 1960.
Desta vez, no entanto, a população considerou que devia defender o partido no Governo, e que os militares não deveriam se intrometer na vida política do país.
As Forças Armadas interferiram na política em abril, com uma advertência ao AKP, por querer impor como candidato à Presidência da República o ministro de Assuntos Exteriores Abdullah Gül, considerado "mais um elemento no programa de islamização do Governo".
O terceiro colocado foi o Partido da Ação Nacionalista (MHP), que conseguiu 14,4% dos votos, porcentagem superior à obtida em 2002 (8,3%). Na ocasião, o partido não pôde ser representado no Parlamento, por não alcançar o mínimo exigido de 10%.
Os ultranacionalistas do MHP souberam aproveitar a situação de medo de uma possível islamização que poderia ser feita pelos moderados do AKP.
Pela primeira vez na história do país, os curdos serão representados no Parlamento, com cerca de 23 deputados independentes, que formarão um grupo parlamentar chamado "Partido da Sociedade Democrática (DTP)".
O líder do partido, Ahmet Türk, disse que o grupo lançará um novo processo para atuar "em uma Turquia democrática na qual os curdos possam se expressar com liberdade".
"Tentaremos conseguir estes objetivos mediante a reconciliação e o diálogo", disse o dirigente à televisão.
A questão curda será uma dos primeiros temas debatidos pelo Parlamento, segundo Erdogan.
Desde que o ilegalizado Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado o braço armado do DTP, começou a luta armada em 1984, mais de 35 mil pessoas morreram na Turquia, incluindo soldados turcos e civis.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/215500/visualizar/
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