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Nacional
Domingo - 22 de Julho de 2007 às 06:51

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O comandante da TAM José Eduardo Brosco disse neste sábado (21) ao Jornal Nacional que a pista principal do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, “não segura”. Ele pousou na tarde de segunda-feira (16) em Congonhas com o mesmo Airbus A320 que no dia seguinte explodiria depois de um pouso fracassado.

“Foi um grande susto. O pouso foi normal, mas a desaceleração já não era contínua. Percebemos que não tinha o atrito devido ao solo”, disse Brosco sobre o pouso com o Airbus um dia antes do acidente. O comandante contou que a aeronave parou no limite da pista. Ele teria chegado a pedir ao co-piloto do avião que informasse que a pista estava “muito molhada”.

De acordo com o comandante, ele foi informado pela empresa que o reverso do Airbus estava travado. O aparelho havia apresentado defeito e foi desativado. Brosco diz não acreditar que isto seja um problema para frear a aeronave. “O avião tem que ser capaz de parar pelo freio próprio dele."

Ele disse que, no dia anterior à tragédia, a aeronave apresentava boas condições de vôo. "A aeronave estava em condições perfeitas de vôo. O reverso estava pinado (travado), mas estava seguro. Eles inclusive pinam o reverso quando há a suspeita de que ele não está em funcionamento perfeito. É pinado o reverso para evitar uma abertura."

O comandante afirmou que só considera seguro um pouso em Congonhas na pista auxiliar, com aeronaves leves. Para Brosco, a pista principal não oferece segurança. "Não pouso mais na pista principal com chuva, ela não segura."

Outro piloto da empresa, com 19 anos de experiência, conta que teve dificuldades de parar um outro Airbus A320 na segunda-feira (16), por causa da pista molhada. “Foi uma operação assustadora. Nós paramos bem próximos ao fim da pista. Muitos passageiros perceberam que houve uma dificuldade em parar a aeronave. Pensei é que ela iria sair dos limites laterais da pista”, contou.

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) divulgou um parecer técnico parcial sobre a pista principal de Congonhas. O documento, feito antes da tragédia, informa que o asfalto está apto ao tráfego de aeronaves e que o atrito, mesmo sob chuva, está “acima do recomendado pelos organismos internacionais”.

Problemas da aeronave

Erasmo Gomes viajou como passageiro, no dia 24 de junho, no mesmo Airbus que caiu em São Paulo, em um vôo entre Recife e Natal. Ele conta que levou um susto na decolagem. “(O avião) começou a adquirir velocidade, já aparentemente no ponto de decolagem. Ele retrocedeu e abortou o processo."

Documento enviado para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostra que o avião precisou abortar a decolagem por causa de um aviso na tela. Ele indicava que o nível de óleo em um dos sistemas de frenagem estava baixo. A manutenção encontrou um vazamento e uma peça desconectada. Para a TAM, foi um problema simples e sem relação com o acidente.





Fonte: G1

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