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Sábado - 21 de Julho de 2007 às 23:59

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Michelle Pfeiffer, 49, nunca perdeu a paixão pelo cinema. Agora, após cinco anos, volta às telas com "Hairspray - Em Busca da Fama", que traz John Travolta vestido de mulher.

"Nunca foi algo planejado. Não foi minha intenção me ausentar tanto, mas estive ocupada, me distraí com outras coisas e não me dei conta do tempo que passou", conta a atriz.

Michelle comenta sua ausência das telas de forma divertida e sem arrependimento. Ela interpretou alguns dos papéis que melhor uniram os conceitos de beleza e qualidade, como "Scarface", "Ligações Perigosas" e "A Época da Inocência".

Mas, depois de "Deixe-me Viver", em 2002, a mãe de Claudia e John e mulher há 13 anos do roteirista e produtor de TV David E. Kelly desapareceu das telas sem dizer adeus.

Sorridente, mas um pouco cansada de comentar sempre o mesmo assunto, Pfeiffer insiste que nunca foi embora. "Apesar de não ter sido planejado, meu subconsciente deveria saber que precisava de um descanso, porque não fiz outra coisa senão dizer 'não' a tudo o que me propuseram", explica.

Há muita coisa por trás do "sim" a "Hairspray". Em primeiro lugar, a atriz se encantou com o roteiro: uma adaptação para a tela do sucesso da Broadway, que por sua vez transformou em musical o filme da contracultura com o mesmo título que John Waters rodou em 1988.

"E não sabia o que ia fazer com Velma", acrescenta sobre seu personagem, uma ex-rainha da beleza, racista e manipuladora, vilã de um filme que em tom de comédia aborda as diferenças de classe e de etnias na Baltimore dos anos 60.

Ela considera o filme um desafio, pois é a primeira vez em sua carreira que participa de um musical. "Cantar e dançar, mas desta vez, num musical", explica referindo-se à sua atuação em "Susie e os Baker Boys";

Além disso, houve o 'fator John Travolta'.

O ator foi o primeiro a confirmar participação no filme com o papel de uma mãe frustrada e acima do peso que não sai de casa. O personagem já foi interpretado pela transexual Divine no filme de Waters e por Harvey Fierstein na Broadway.

Como explica Pfeiffer, Travolta soube encontrar a "inocência" do papel numa história "maluca, mas universal e muito relevante hoje em dia".

Vida real

Em meio ao humor e à música, "Hairspray" critica as convenções raciais, culturais e de beleza que existem em qualquer sociedade, temas que Pfeiffer conhece bem. Mãe adotiva de uma filha mestiça, a atriz comenta que a diversidade é um tema comum em suas conversas familiares.

O mesmo acontece com a beleza, um assunto sobre o qual a mulher considerada um dos rostos mais perfeitos de Hollywood se sente dividida. "Sei que sou a pessoa adequada para acabar com o mito, mas sei que sou parte do problema porque muitos me acham perfeita, algo longe da realidade se esquecerem os cabeleireiros, os maquiadores e os retoques que fazem nas revistas", diz.

"Hairspray" é apenas o primeiro dos três filmes que Pfeiffer estreará nos próximos meses e o terceiro que rodou. "Stardust - O Mistério da Estrela Cadente" e a comédia romântica "I Could Never Be Your Woman" estrearão em breve e tornarão seu sumiço em onipresença nos cinemas.

Um retorno com o qual Pfeiffer não quer enganar, pois está mais apaixonada por sua vida junto à família do que pelas câmeras de cinema.

"Além disso, não nos enganemos. Há 10 ou 15 anos parecia que o papel da mulher no cinema ia melhorar, mas agora parece que vai regredir. Não sei dizer o porquê, mas é assim", resume, preparando sua nova pausa no trabalho.





Fonte: EFE

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