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Internacional
Sábado - 21 de Julho de 2007 às 20:02

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O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou hoje, após 18 meses no poder, que o país já tem um novo modelo econômico, no qual o Estado controla 20% da economia.

O líder esquerdista apresentou o dado em entrevista coletiva convocada para fazer um balanço da sua gestão na Presidência, que começou em 22 de janeiro de 2006.

"Como resultado das políticas econômicas, o Estado controla 20% da economia nacional, frente aos (Governos) neoliberais que controlaram só 6%", disse Morales ao qualificar como "um passo importante" o salto nos números, em um ano e meio de gestão.

Isto é conseqüência, segundo ele, do processo de nacionalizações aplicado pelo Governo em todo o setor dos hidrocarbonetos e, por enquanto, em casos pontuais na mineração.

Morales também pretende nacionalizar uma telefônica, filial da Telecom italiana, e recentemente anunciou que fará o mesmo com as ferrovias, administradas por investidores de Chile e Estados Unidos.

O crescimento da presença estatal na economia, de 6% para 20%, é explicado pela recuperação do controle de alguns recursos naturais do país, disse Morales.

"É impossível resolver em um ano e meio os problemas de 500 anos (desde a colonização), ou de quase 200 anos de vida republicana, ou mesmo de 20 anos de neoliberalismo", afirmou, para justificar as reformas que não puderam ser realizadas até agora.

Segundo o presidente, a Bolívia vive uma "decolagem econômica", que teve início em maio de 2006, com o processo de nacionalização dos hidrocarbonetos, que teve grandes avanços, mas ainda não foi concluído.

Morales destacou que, antes dessa medida, o Estado recebia do setor petroleiro menos de US$ 300 milhões, e agora este número pode chegar a US$ 2 bilhões em receitas para o país.

Também destacou o aumento das receitas provenientes da nacionalização da mina de estanho Huanuni, que subiram de uma média mensal de US$ 800 mil, quando tinha mil trabalhadores, para US$ 5 milhões obtidos em maio, com um total de quase 5 mil operários.

Sobre os resultados da fundidora Vinto, desapropriada da suíça Glencore em fevereiro, o relatório assinala que as receitas do Estado tiveram um aumento de 13%, embora não tenham sido divulgados dados absolutos.

Sobre o setor da mineração, Morales destacou um projeto de investimento estatal de US$ 8 milhões na mina de cobre de Corocoro que, segundo o presidente, pode chegar a se aproximar em importância das jazida minerais do norte do Chile.

O presidente elogiou o contrato assinado na semana passada com a siderúrgica indiana Jindal, para explorar, em sociedade com o Estado, uma enorme jazida de ferro, com investimentos de US$ 2,1 bilhões, o maior já feito por uma só empresa no país.




Fonte: AFP

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