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Nacional
Sábado - 21 de Julho de 2007 às 19:23

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Três mulheres fazem parte da equipe do Corpo de Bombeiros que tem vasculhado os destroços do prédio da TAM desde terça-feira (17), quando um Airbus A320 vindo de Porto Alegre caiu no local ao tentar pousar no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. Elas estão entre os bombeiros que se arriscaram nos últimos dias no espaço de cerca de 60 centímetros que restou entre o primeiro e o segundo andar da parte mais atingida do prédio.

"A gente não tem a mesma resistência e força que os homens, mas conquista o respeito deles pelas atitudes", diz a tenente Priscila Mayume Ioama, de 26 anos. Com a cara coberta de pó, as botas cobertas de fuligem e pedaços dos destroços, ela explicou rapidamente seu trabalho antes de voltar na tarde deste sábado (21) com os colegas para dentro do prédio destruído em busca de mais corpos.

"Desde terça-feira a gente não parou. Trabalhou o quanto deu", diz a soldado Leandra Antunes, de 40 anos. "A gente tenta não pensar. Depois, esquece e reza. Às vezes chora", conta a mulher, que tem o irmão, o marido e um cunhado na corporação.

Protesto com flores

Um grupo de 40 pessoas realizou no começo da tarde deste sábado (21) um protesto em frente ao local onde aconteceu o acidente da TAM na terça-feira (17) carregando a bandeira do Brasil, faixas pretas e flores.

Manifestantes aplaudiram os bombeiros, rezaram e gritaram palavras de ordem contra o governo. As faixas faziam referência aos últimos episódios do caos aéreo brasileiro. Em uma delas, os manifestantes avisavam: “Marta, não relaxamos e nem gozamos. Choramos e rezamos.” Em outra é possível ler: “Às vidas interrompidas, nosso lamento e o coração. Aos responsáveis, nossa indignação.”

“Tenho uma filha na aviação e resolvi participar. Meus cabelos estão caindo de preocupação toda vez que ela voa”, disse uma das participantes do protesto, Avanir Soares, de 66 anos.

Durante a manifestação, os bombeiros foram homenageados e receberam flores dos parentes das vítimas. Algumas pessoas choravam. O soldado que recebeu as flores levou o presente para o local onde está sendo feita a busca pelos últimos corpos.

"Perdemos parentes e amigos. Sem falar de um monte de passageiros que morreu por descaso da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), do governo e das companhias aéreas", afirmou Cláudio Dorneles, de 26 anos, um dos organizadores do protesto. "Queremos chamar atenção, porque poderiam ter feito algo. Queremos respostas."

Desastre

O avião da TAM com 186 pessoas a bordo que iria pousar na pista principal do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, atravessou a Avenida Washington Luís e bateu no prédio da TAM Express, onde trabalhavam entre 50 e 60 pessoas no momento da colisão.

A aeronave, um Airbus A320, vôo JJ 3054, partiu de Porto Alegre, às 17h16. desta terça-feira (17), e chegou a São Paulo às 18h50.





Fonte: G1

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