Congonhas operou 50% acima da capacidade em 2006

Brasília - O Aeroporto Internacional de Congonhas, em São Paulo, recebeu, ao longo do ano passado, 18,8 milhões de passageiros. Mas a capacidade do aeroporto é de 12 milhões, segundo o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Departamento de Controle de Espaço Aéreo (Decea), ligado ao Comando da Aeronáutica. Com isso, o número de passageiros de 2006 representou uma sobrecarga de mais de 50% para o principal aeroporto do país.

O militar participou ontem (20) de uma entrevista coletiva à imprensa para explicar as medidas do Conselho de Aviação Civil (Conac). O órgão determinou que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) acabe com a utilização de Congonhas como escala para outras cidades e pouso de vôos fretados. O objetivo é reduzir a sobrecarga do principal aeroporto do país. O Ministério Público Federal em São Paulo pediu o fechamento de Congonhas por considerar que não há segurança para operar vôos de grande porte dentro da capital paulista.

Os terminais de Congonhas, segundo dados do Decea, têm um movimento de 1.400 aeronaves por dia. O Rio de Janeiro, que possui o segundo terminal mais movimentado, tem um volume médio de 750 aeronaves por dia. O terceiro terminal mais movimentado é Brasília, com 340 aeronaves por dia.

"Então existe folga para que esses vôos sejam distribuídos. Pelos números que eu falei, vocês podem ver que o terminal de São Paulo é muito congestionado, por isso que os problemas em São Paulo afetam imediatamente a malha aérea em todo o país", afirmou.

O aeroporto de Guarulhos, também no estado de São Paulo, transportou 15,3 milhões de passageiros em 2006. O brigadeiro afirmou que Guarulhos não está acima de sua capacidade e ainda tem condições físicas de receber cerca de três milhões de passageiros a mais.

Segundo o brigadeiro, as companhias aéreas vão decidir com auxílio da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para onde vão transferir o excesso de vôos que hoje pousam em Congonhas.