Atleta de Diamantino ganha bronze no Pan Juvenil

Dona Cristina Sebastiana de Morais e Sebastião Xavier de Santana sabiam que o filho estava correndo. Nada na televisão, nada no rádio, só restava esperar o telefone tocar. A mãe aflita ajoelhou e fez uma oração, esperou ansiosamente pelo telefonema. O pai calculou pelo relógio. A prova terminou, já esta na hora de ligar, cadê esse menino que não dá notícia? De repente o telefone toca. Do outro lado, a mais de dois mil quilômetros, o treinador Severino Souza dos Santos informa: “Podem comemorar, o filho de vocês é medalha de bronze no Pan Juvenil aqui em São Paulo”.

Poucos sabem, mas o jovem Ademilson de Morais Santana é o maior atleta da cidade. Ele iniciou a carreira aos 13 anos, quando ainda corria sem qualquer treinamento pela escola estadual Nilce de Magalhães. Nessa época já colecionava medalhas de ouro. Sua mãe lembra que o início foi difícil: “Não tínhamos instrução nenhuma, sabíamos que ele tinha talento, mas demoramos a federá-lo, talvez se o município desse mais apoio as coisas tivessem sido diferente”. Dona Cristina lembra da época que teve que pedir emprestado 50 reais de um desconhecido para poder enviar o filho a Brasília disputar o campeonato nacional: “Foi difícil, mas valeu a pena, foi muita emoção ver meu menino voltar com a medalha de ouro no peito”, lembra a mão orgulhosa.

Com apenas 18 anos o jovem já ganhou dois campeonatos nacionais e diversos estaduais. Hoje o jovem mora em Barra do Garça com Severino, seu treinador. A mãe diz que a cidade de Diamantino não deu muito apoio ao atleta e lembra que diversas vezes ele retornou vencedor e nunca recebeu qualquer homenagem: “Ele chegava cidade com duas medalhas de ouro no peito e não ganhava nem um cachorro-quente, era muito triste, agora em Barra do Garça as coisas parecem ser diferentes, tem mais apoio e incentivo”.

Ademilson ganhou bronze na prova dos 10 mil metros uma das modalidades mais competitivas do Pan. Seu Sebastião, pai do jovem campeão, diz que prepara um grande churrasco para o filho: “Sempre fazemos uma grande festa para o Ademilson, soltamos fogos e fazemos um barulho danado”. Sebastião ri e conta que os vizinhos ao verem a festança sempre perguntam se ele ganhou na loteria: “O que posso dizer? Está na cara que sim”.