Aborto mata 68 mil mulheres por ano, diz Banco Mundial
Países africanos registraram maiores índices de fertilidade
Um relatório divulgado pelo Banco Mundial nesta quinta-feira estima que 46 milhões de abortos são realizados no mundo todos os anos, resultando em 68 mil mortes.
O estudo, intitulado "Questões sobre População no Século 21: O papel do Banco Mundial", estima que entre os 46 milhões de abortos anuais, 20 milhões são feitos fora das medidas de segurança e higiene.
Ainda segundo o Banco Mundial, 210 milhões de mulheres engravidam todos os anos, e destas, 500 mil morrem durante a gravidez ou no parto.
O estudo estima que uma em cada cinco mulheres recorre ao aborto por falta de acesso a métodos contraceptivos e 5,3 milhões sofrem seqüelas temporárias ou permanentes.
O Banco Mundial compilou dados recolhidos de vários países divididos em três grupos: de alta, média e baixa fertilidade. No primeiro estão 35 países com altas taxas de fertilidade, em sua maioria da África Subsaariana. Apenas quatro estavam fora da região: Afeganistão, Iêmen, Timor Leste e Djibuti.
O segundo grupo reúne países do Oriente Médio, Norte da África, leste e sul asiático, sul da África, América Latina e Caribe, classificados como de média fertilidade.
O Brasil vem no terceiro grupo, que inclui países de baixa e média renda que registraram baixa em seus índices de fertilidade entre 1985 e 2005, além dos países do primeiro mundo.
Uma das tabelas do relatório mostra que a taxa de fertilidade no Brasil diminuiu de 3,1 para 2,3 neste período. Na mesma linha de comparação com o país estão Sri Lanka, Vietnã e Tunísia.
Adolescentes grávidas
O núme
ro de nascimento entre adolescentes de 15 a 19 anos no Brasil é de 89 para cada 1.000 mulheres, uma taxa considerada alta se comparada com outros países em desenvolvimento como a China, onde a taxa é de cinco nascimentos e na Rússia, 29.
O índice brasileiro aproxima-se aos de alguns países africanos como o Quênia e a Etiópia, e de latino-americanos, como Equador e República Dominicana.
O Banco Mundial acredita que o fato de as taxas de fertilidade terem diminuído em países de baixa e média renda fora da África, como o Brasil, fez com que “as prioridades dos países doadores e agências de desenvolvimento fossem desviadas para outras questões, diminuindo atenções para as conseqüências provocadas pelas altas taxas de fertilidade”.
A instituição defende que os programas de saúde devem incluir "um intenso planejamento familiar" como forma de diminuir mortalidade infantil, que geralmente é relacionada ao declínio nas taxas de fertilidade.
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