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Nacional
Quarta - 18 de Julho de 2007 às 20:00

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O brigadeiro Jorge Kersul Filho, comandante do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Aeronáutica, afirmou nesta quarta-feira em entrevista coletiva que as investigações sobre o acidente envolvendo o vôo 3054 da TAM que ocorreu ontem, em Congonhas (zona sul de São Paulo), devem durar no máximo dez meses.

Os profissionais do setor aeronáutico que irão apurar as causas do acidente deverão receber as transcrições da caixa-preta remetida nesta quarta à NTSB (National Transportation Safety Board), a agência de segurança de vôo dos Estados Unidos, na quarta-feira que vem (25).

"A ação inicial é levantar o maior número de dados possível. Temos onde a aeronave tocou primeiro [em que altura da pista principal do aeroporto de Congonhas], onde saiu da pista, em que ponto escorregou na grama e onde tentou recomeçar o vôo."

Durante a entrevista, o superintendente de engenharia da Infraero (estatal que administra os aeroportos do país), Armando Schneider, assegurou repetidamente que a pista principal de Congonhas é "totalmente segura". Ele afirmou que, na última medição realizada, o coeficiente de atrito na pista principal estava, inclusive, "acima de padrões internacionais".

Kersul Filho e Schneider disseram que a pista principal de Congonhas deve permanecer fechada até sexta-feira (20), quando poderá ser reaberta para operar com pista seca. Em caso de chuva, ela deverá ser bloqueada novamente.

Questionado sobre o motivo pelo qual não determinou o fechamento da pista de Congonhas após o incidente com o avião da Pantanal, que deslizou ao pousar no terminal, Kersul Filho disse que o pavimento foi analisado e que não existia lâmina d'água que pudesse provocar aquaplanagem naquele momento. "Não podia interditar a pista por suposições."

Kersul Filho destacou que o incidente com a Pantanal ocorreu em circunstâncias bastante diferentes das do acidente da TAM. "Era um avião muito menor e de menor velocidade."

"Grooving"

Schneider rebateu as críticas de que a pista principal de Congonhas, recém-reformada, foi liberada para o tráfego prematuramente. Ele afirmou na entrevista que o chamado "grooving" só deve ser feito com o asfalto curado, o que demora de 30 a 40 dias, e que, se o processo fosse realizado agora, todo o trabalho de recuperação seria perdido.

"Nem todos os aeroportos do mundo têm esse sistema [o "grooving"]. Só alguns aeroportos têm particularidades e devem utilizar o "grooving", como é o caso de Santos Dumont [no Rio] também", afirmou.




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