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Internacional
Quarta - 18 de Julho de 2007 às 19:02

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A primeira-dama da Argentina, Cristina Fernández, lançará nesta quinta-feira sua candidatura para as eleições presidenciais deste ano em um momento em que escândalos de corrupção rondam o Governo de seu esposo, Néstor Kirchner.

A senadora peronista, de 54 anos, será a única oradora de um ato que terá a presença de seu marido e de todos os ministros no Teatro Argentino de La Plata, sua cidade natal, confirmaram hoje à agência Efe fontes ligadas à legisladora.

A apresentação formal de Fernández como candidata à Casa Rosada acontece em uma semana marcada pela renúncia da ministra da Economia, Felisa Miceli, que sucumbiu a um escândalo suscitado pela descoberta de uma bolsa com uma alta quantia em dinheiro em seu escritório.

A esse caso, soma-se o da secretária do Meio Ambiente, Romina Picolotti, que apesar de ter sido denunciada pelo desvio de recursos, contratos irregulares e despesas não justificadas no organismo, foi confirmada em seu cargo pelo Governo.

Cristina, como é conhecida pelos argentinos, tenta se tornar a primeira mulher eleita presidente do país pelo voto popular. Nos anos 70, Isabel Martínez ocupou o cargo, mas substituindo seu falecido esposo, Juan Domingo Perón.

Durante os últimos meses, a candidatura de Fernández foi o segredo mais bem guardado pelo Governo, que manteve até 1º de julho o suspense sobre a possibilidade de Kirchner disputar a reeleição.

Desde que chegou ao poder, em 2003, Kirchner tem índices de popularidade melhores que os de sua esposa, apesar de, nas últimas semanas, as intenções de voto de Cristina terem crescido e chegado a 48%.

Pesquisadores consultados pela agência Efe disseram que, embora acreditem que os últimos escândalos de corrupção possam prejudicar a primeira-dama nas pesquisas, ainda faltam mais de três meses para as eleições, que acontecerão em 28 de outubro.

"A imagem positiva de presidente Kirchner caiu para 49%. É a primeira vez desde que ele assumiu que está em menos de 50%, mas mesmo assim continua sendo muito alta", disse Adrián Perechodnik, da empresa de consultoria Poliarquía.

Cristina Fernández escolheu para o ato de amanhã o mesmo cenário - um teatro com capacidade para 2.000 pessoas - no qual lançou sua candidatura ao Senado antes de arrasar nas eleições legislativas de 2005.

Os convidados foram cuidadosamente escolhidos. Cerca de cem jornalistas foram credenciados e, antes do discurso da senadora, "haverá algumas surpresas relacionadas à música", anteciparam à agência Efe os organizadores.

Assim como seu marido, Cristina não costuma dar coletivas nem conceder entrevistas individuais. Pessoas próximas chegam a dizer que ela "é mais brava que o presidente", conhecido por ter uma personalidade forte não isenta de momentos de raiva.

Militante política desde a juventude, defensora dos direitos humanos, legisladora com longa trajetória e peso próprio, Cristina é casada desde 1975 com Kirchner, com quem tem dois filhos: Máximo e Florencia.

Seus detratores a acusam de ter obsessão com a imagem e de viajar pelo mundo cercada de luxos em vez de se ocupar dos problemas do país, enquanto seus partidários a definem como "o melhor quadro político" da Argentina, e acreditam que ela representa "o aprofundamento da mudança" iniciada por seu marido.

Cristina gosta de ser chamada de "primeira cidadã", em vez de primeira-dama, e se recusa a ser comparada a Evita, mito peronista por excelência. Além disso, fica zangada quando é chamada de Cristina Kirchner, em vez de Fernández, seu sobrenome de solteira.

No dia 28 de julho, o governador da província de Mendoza (oeste do país), Julio Cobos, da União Cívica Radical (UCR) será confirmado como candidato a vice-presidente. A proclamação da dupla de candidatos governistas deve acontecer em 9 de agosto em Buenos Aires.





Fonte: EFE

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