Descoberta de água traz esperança para fim de conflito em Darfur
Cerca de mil poços serão abertos na região com a permissão do governo, segundo os pesquisadores da Universidade de Boston.
Mais de 200 mil pessoas morreram e 2,4 milhões deixaram a região desde o início da violência em Darfur, em 2003.
Analistas afirmam que a competição por recursos entre os nômades árabes e fazendeiros negros africanos é responsável pelo conflito.
"Boa parte do conflito e da miséria em Darfur deve-se à escassez de água. Acesso à água potável é essencial para a sobrevivência dos refugiados, ajudará no processo de paz e fornecerá os recursos necessários para o desenvolvimento econômico necessário em Darfur", disse o geólogo Farouk El-Baz, diretor do Centro para Sensores Remotos da Universidade de Boston, segundo a agência de notícias Associated Press.
Radar
A equipe usou informações de radar para encontrar o antigo lago, que tem 30,7 mil quilômetros quadrados - o décimo maior do mundo.
Uma descoberta semelhante foi feita no Egito, vizinho do Sudão, onde poços foram usados para irrigar 150 mil acres de terras cultiváveis, afirmam os pesquisadores.
O pesquisador francês Alain Gachet também usou imagens de satélite para procurar por recursos hídricos em Darfur.
Em junho o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) disse que havia pouca chance de paz em Darfur a não ser que as questões relativas à destruição ambiental fossem discutidas.
O Pnuma afirmou que os desertos aumentaram uma média de 100 quilômetros nos últimos 40 anos, enquanto quase 12% da cobertura de florestas foi perdida em 15 anos.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirmou em um artigo para o jornal americano The Washington Post, em junho, que a mudança climática é culpada em parte pelo conflito em Darfur.
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