Brasil, Índia e África do Sul tentarão aumentar comércio em 50%
"Estabelecemos o desafio de elevar nosso comércio para cerca de US$ 15 bilhões até 2010", destacou Amorim a jornalistas após a quinta reunião do grupo conhecido como IBSA (Índia-Brasil-África do Sul), criado em 2003.
Amorim também pediu um maior contato entre a Índia e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e a União Aduaneira Sul-Africana, integrada por cinco países. Esta combinação dará "maior espaço econômico para o mundo em desenvolvimento", acrescentou.
O ministro das Relações Exteriores sul-africano Nkosazana Dlamini Zuma descreveu o IBSA como um "fórum único" que deve se concentrar em melhorar o transporte e as comunicações para impulsionar o comércio. "Creio que devemos nos manter juntos, onde quer que estejamos", afirmou Zuma.
Os ministros confirmaram que a África do Sul será a anfitriã da segunda cúpula de líderes destes países em outubro. A primeira reunião dos chefes de governo teve como anfitrião o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil em setembro passado.
Álcool e OMC
O ministro indiano das Relações Exteriores, Pranab Mukherjee, destacou que o IBSA identificou a energia como um componente-chave da cooperação, e acrescentou que busca a experiência do Brasil no desenvolvimento de combustíveis alternativos como o álcool, fabricado a partir da cana-de-açúcar.
Os países também insistiram que países-membros da OMC (Organização Mundial do Comércio) tentem sair da estagnação ligada sobretudo aos subsídios agrícolas pagos pelos países ricos e às taxas de importação no "setor agrícola, que são de grande relevância para o bem-estar das populações mais vulneráveis".
"Em particular, é preciso obter um acordo para eliminar as distorções comerciais, especialmente aquelas que limitam o acesso aos mercados desenvolvidos", afirmaram os ministros em um comunicado.
Amorim disse, segundo a imprensa indiana, que a melhor maneira de reduzir a pobreza e frear o crescimento do terrorismo "é um acordo comercial que contribua realmente para o desenvolvimento". "A OMC continua sendo essencial. É o único organismo de comércio multilateral que existe."
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