Jovem proibida de usar 'anel da virgindade' perde caso na Justiça
A escola Millais, na região de West Sussex, havia pedido à estudante britânica Lydia Playfoot que tirasse o anel, que simboliza a castidade, caso contrário seria expulsa.
A escola negou que estivesse aplicando uma política discriminatória e insistiu que o anel não é parte essencial da fé cristã. O tribunal julgou que as medidas tomadas pelo estabelecimento foram "inteiramente justificadas".
A adolescente disse que ficou "muito decepcionada com a decisão" e alega que estudantes muçulmanos e sikhs têm o direito de usar véus na cabeça e pulseiras nas salas de aula.
Mas a escola alegou que a permissão para muçulmanos e sikhs é dada apenas a objetos integrais às suas crenças religiosas e argumenta que alunos cristãos têm permissão para usar um crucifixo.
"Lentamente, com o passar do tempo, diretores das escolas, empregadores, organizações políticas e outros terão permissão para impedir que os cristãos pratiquem e expressem publicamente a sua fé", disse Playfoot.
A primeira apelação de Playfoot foi rejeitada pela Alta Corte em 2006, mas os juízes concordaram em ouvir o caso novamente depois que ela entrou com um novo recurso.
'Viver em santidade e honra'
Lydia Playfoot fazia parte de um grupo de 11 meninas da escola que usavam os anéis como parte de um movimento chamado "The Silver Ring Thing" ("A coisa do anel prateado", em tradução livre).
O movimento nasceu nos Estados Unidos e promove a abstinência sexual entre jovens.
"A Bíblia fala que você deve se manter sexualmente puro e eu acredito que esta é uma forma para que eu expresse minha fé. Acho que, na sociedade em que vivemos hoje, com muitas jovens grávidas ou com doenças sexualmente transmissíveis, algo assim é importante", disse a jovem.
O movimento tem se espalhado pela Grã-Bretanha como parte de um protesto maior de tradicionalistas cristãos contra o que vêem como secularização da sociedade.
Os anéis têm inscrições que fazem referência a um versículo bíblico, que pode ser traduzido como: "Deus quer que você seja sagrado, então você deve se afastar de todo pecado sexual. Então, cada um de vocês controlará o corpo e viverá em santidade e honra".
A escola de Playfoot considerou que o anel desrespeitava regras do uniforme e pediu que fosse retirado.
Quando ela se recusou, a aluna foi obrigada a deixar a sala de aula e a estudar sozinha. Ela já terminou a escola, mas seu pai, Phil, que é pastor, quis continuar com o caso na Justiça.
A estudante tentou uma revisão do caso citando o artigo nove da Lei de Direitos Humanos britânica que garante liberdade de expressão religiosa. O dinheiro para as despesas judiciais foi arrecadado por grupos cristãos britânicos.
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