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Economia
Quinta - 12 de Julho de 2007 às 21:22

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RIO - O Brasil vai fechar o ano com o primeiro déficit comercial com a China desde 2000. A projeção é da Fundação Centro de Estudos em Comércio Exterior (Funcex), que estima que o valor negativo nas transações comerciais poderá rondar a faixa de US$ 1 bilhão. A compra de produtos do país asiático cresce este ano 49% até maio, bem acima do avanço de 27% do total das importações brasileiras.

O economista-chefe da entidade, Fernando Ribeiro, calcula que o Brasil ainda tem superávit comercial com a China nos últimos 12 meses até maio, mas de apenas US$ 100 milhões. De janeiro a maio, porém, o saldo já é negativo em US$ 410 milhões. Para efeito de comparação, o Brasil chegou a ter saldo comercial positivo de US$ 2,4 bilhões em 2003, ano seguinte à forte desvalorização do câmbio.

Atualmente, a situação é diferente. Enquanto em outubro de 2002 a moeda americana chegou a ser cotada perto de R$ 4,00, nesta quinta, 12, o dólar fechou em R$ 1,87. Na prática, a valorização do real funciona como estímulo adicional aos produtos chineses, fabricados por mão-de-obra mais barata, com maior escala de produção, formas de subsídios e o próprio câmbio favorável no país, diz o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

“Na verdade, o câmbio valorizado aumenta a competitividade dos produtos chineses no Brasil”, concorda o economista da Funcex. Segundo ele, a moeda brasileira não está tão valorizada em relação ao euro, mas está quanto ao yuan (moeda chinesa), que praticamente acompanha o que acontece com o dólar. “O yuan não flutua, é um preço administrado, mantido desvalorizado para estimular a exportação deles”, diz o vice-presidente da AEB.

Ameaça

O economista da Funcex argumenta que a entrada de produtos chineses no Brasil acaba sendo boa, porque chegam com preços mais baixos. “Para o consumidor é ótimo. Muito bom porque ele passa a ter acesso a produtos eletrônicos e outros itens mais baratos. Consegue comprar um aparelho de dvd por R$ 100 por causa da China. E também com relação à compra de bens de capital, a custos mais baratos que internamente. Agora, para alguns setores é uma ameaça.”

Alguns dos produtos com maiores crescimentos são eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) mostram que de janeiro a maio as importações de aparelhos eletromecânicos de uso doméstico cresceram 98%, máquinas automáticas para processamento de dados, 78% e motores geradores e transformadores, 67%. Já as exportações do Brasil para o país asiático crescem 37%, acima da média da pauta brasileira (21,5%). Os produtos básicos são destaque e as exportações evitam que o déficit comercial não seja ainda maior.





Fonte: AE

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