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Nacional
Quarta - 11 de Julho de 2007 às 19:44

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou nesta quarta-feira (11) 13 detetives particulares que faziam escutas telefônicas ilegais para atender a clientes, que variavam de maridos desconfiados a empresas interessadas na vida privada de seus funcionários. Os investigadores são acusados também de quebra de sigilo fiscal e bancário dos investigados.

Os detetives possuíam páginas na internet em que prometiam “solucionar qualquer tipo de problema nas áreas comercial, industrial e conjugal”. A reportagem do Jornal Nacional gravou uma conversa com um dos detetives sem que ele soubesse que o diálogo estava sendo registrado. Em um das partes da conversa o detetive pergunta:

“Pelo CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) dele eu já faço uma busca e vejo se ele tem carro no nome dele, se ele comprou uma casa, entendeu?”

E acrescenta a possibilidade de grampear o telefone da pessoa a ser investigada: “Se você monitora os seus telefones, você tem um perfil de um dia de trabalho. No final de um dia de trabalho, tem o que entrou de chamada na empresa e o que saiu de chamada”.

Por fim, o detetive fala das vantagens de ouvir conversas privadas. “Quando a pessoa liga pra casa, para discutir sobre assunto pessoal, você vai entender o caráter da pessoa, a personalidade da pessoa”, conclui.

Segundo o MP-SP, seis dos investigadores pertencem à família de Eloy de Lacerda Ferreira, apontado como o chefe da quadrilha. Também foram denunciados sete funcionários que prestam serviços para empresas de telefonia fixa e operadoras de celular. Segundo a investigação dos promotores do MP-SP, após a ordem dos detetives, eles grampeavam os números passados em menos de duas horas.

O procurador geral do Estado, Rodrigo Pinho, disse ter ficado espantado com crime. “O que impressiona é a facilidade com que esse grupo de criminosos invade a intimidade das pessoas. Invadem o relacionamento privado e merecem uma punição severa”, afirma.

Silvane Alves foi uma das vítimas dos detetives. O marido dela não se conformou com a separação do casal e contratou os serviços de um deles. “Ele (o detetive) tinha acesso a tudo o que eu fazia, o que eu deixava de fazer, até o pediatra que eu tinha levado o meu filho”, conta Silvane.

Só com a investigação do MP-SP, a mulher descobriu que tudo o que falou ao telefone durante dois meses foi ouvido por pessoas que ela nem conhece. ”A minha privacidade só diz respeito a mim e mais ninguém”, protestou.




Fonte: G1

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