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Nacional
Quarta - 11 de Julho de 2007 às 11:09

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O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pretende colocar em ação "nos próximos dias" sua guerra contra o consumo de álcool no Brasil.

O ministro disse que uma campanha publicitária deve ser lançada para mostrar à população os danos causados pelo abuso da bebida. “Nosso principal enfoque é promover a saúde, os hábitos saudáveis e estimular a prática de atividades físicas”, disse Temporão.

O Ministério pretende restringir o acesso a bebidas alcoólicas no país. Entre as medidas que defende está a proibição da venda de álcool nas estradas federais. Contra o cigarro, a estratégia semelhante foi até mais severa: proibiu integralmente a publicidade do produto, restringiu o fumo em ambientes públicos fechados e intensificou a exposição dos danos do consumo. “Com isso, o Brasil, comparado aos países que adotaram políticas severas contra o tabagismo, tornou-se o país que mais reduziu o número de fumantes adultos entre 1989 e 2003 -- uma redução de 35%, segundo artigo científico publicado no Boletim da Organização Mundial de Saúde deste mês”, disse o ministro.

A ofensiva contra o álcool será associada a uma política de redução de danos dos males do alcoolismo. Esse tipo de política causou polêmica recentemente, por causa de panfletos distribuídos na Parada Gay e em uma universidade paulista, que ensinavam como minimizar problemas do uso de drogas ilícitas.

Temporão defendeu iniciativas do tipo. “Uma das características mais importantes do Sistema Único de Saúde (SUS) é a universalidade. Ou seja, o sistema deve atender toda a população brasileira, tanto as pessoas que não usam drogas ilícitas, quanto as que utilizam drogas ilícitas”, disse. Para o ministro, as estratégias informativas voltadas à prevenção devem ser realizadas paralelamente a iniciativas para conter os danos do abuso de quem ainda assim escolhe utilizar drogas.

Aids

O ministro da Saúde também falou sobre os objetivos futuros do Programa Nacional de DST e Aids, que existe desde 1985. “Uma das metas previstas é reduzir a transmissão vertical do HIV [a de mãe para filho] para menos de 1% e eliminar a sífilis congênita”, disse Temporão.

Segundo ele, o licenciamento compulsório do medicamento Efavirenz, decretado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 4 de maio, é “um bom exemplo do compromisso do governo federal nessa questão". A medida possibilitou que o Brasil comprasse o medicamento de laboratórios na Índia e não do detentor da patente -- o que, segundo Temporão, vai gerar uma economia de US$ 30 milhões em 2007.

Aborto

O ministro acredita que é possível estabelecer um acerto entre os representantes da sociedade civil que são contra e os que são a favor do aborto, mas ressaltou que “qualquer possibilidade de diálogo entre governo e igrejas depende de que todos assumam que este é um tema de saúde pública e deve ser encaminhado como tal”.

O ministro da Saúde ganhou destaque nos noticiários por defender mudanças na lei que proíbe o aborto no Brasil. Em diversas ocasiões passadas, Temporão afirmou que o problema é uma questão de saúde pública que precisa ser resolvida. Essa posição gerou muita discussão, principalmente durante a visita do Papa Bento XVI ao Brasil. Na ocasião, o ministro evitou polemizar sobre a questão.





Fonte: G1

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