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Internacional
Terça - 10 de Julho de 2007 às 21:22

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Os Estados Unidos alertaram seus cidadãos no Paquistão nesta terça-feira para manterem-se em alerta com a possibilidade de ataques de "elementos terroristas", após o confronto entre o governo paquistanês contra militantes entrincheirados numa mesquita em Islamabad. O alerta foi feito pela Embaixada americana em Islamabad em seu site.

Autoridades anunciaram nesta terça-feira a morte do clérigo Abdul Rashid Ghazi, que liderava os islâmicos. Com o fracasso da última tentativa de negociação, as forças paquistanesas invadiram o complexo da mesquita na madrugada de hoje, após uma semana de cerco.

Os choques com as forças se segurança são resultado de meses de tensão com os radicais da mesquita, que realizavam uma "campanha pela moralização" para pressionar pela aplicação da lei islâmica no país.

"A embaixada americana recomenda que cidadãos americanos restrinjam seus movimentos na área de Peshawar por alguns dias devido a anúncios públicos não-específicos de elementos terroristas... de que planejam ataques contra o governo, a polícia e instituições do Exército em retaliação aos recentes acontecimento", informou a embaixada americana.

"No passado, militantes de áreas tribais conduziram ataques em massa em áreas determinadas, incluindo Peshawar, logo depois de ações militares."

Invasão da mesquita

Nesta terça-feira, o Exército paquistanês lutou com os militantes escondidos em uma operação de busca sala a sala, mas a batalha foi limitada pela presença de um número desconhecido de reféns no complexo. Ao menos 50 militantes, incluindo o líder, e oito soldados morreram no confronto hoje.

Duas fontes de segurança afirmaram que o corpo de Ghazi foi encontrado em um porão durante a operação. Um porta-voz do Ministério do Interior paquistanês confirmou a morte do líder islâmico. Ghazi assumiu a liderança da mesquita após a prisão de seu irmão, Abdul Aziz, detido quando tentava escapar do cerco vestido de mulher na última semana.

Surpreendido pela fúria dos militantes, o Exército já enviou reforços para a região da mesquita hoje. "Não esperávamos uma resistência tão forte", disse o porta-voz do Exército, general Waheed Arshad. "Não sei dizer quanto tempo levaremos até o fim da operação."

Redes de TV locais mostraram imagens da chegada de veículos com lançadores de mísseis e outros armamentos pesados na região.

Operação

A invasão começou por volta das 4h (20h de segunda-feira em Brasília), minutos depois que uma delegação liderada pelo ex-premiê paquistanês Chaudhry Shujaat Hussain deixou a área da Mesquita Vermelha dizendo que as negociações para uma solução pacífica haviam falhado.

O administrador municipal Khalid Pervez afirmou que cerca de 50 mulheres foram as primeiras a serem libertadas pelos militantes, após a fuga de 26 crianças. Entre os libertados estão a mulher e a filha de Abdul Aziz.

Arshad afirmou que os radicais continuavam mantendo reféns e que a luta é intensa. "Estamos com uma abordagem passo-a-passo para evitar danos colaterais", afirmou.

O Exército afirma que o complexo da mesquita possui cerca de 75 salas, grandes porões e jardins.

Protestos

Durante os confrontos, ao menos dois protestos contra a invasão do Exército foram organizados no Paquistão.

Centenas de homens armados de tribos próximas à cidade de Batagram (noroeste) bloquearam uma rodovia que leva à China, segundo o oficial de polícia Habib Khan.

Os homens atiravam para o alto e gritavam frases contra o governo e o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, disse Kha.

Na cidade de Multan (leste), mais de 500 estudantes islâmicos organizaram uma marcha sob o slogan "abaixo Musharraf", bloqueando uma via importante e queimando pneus.

Nesta segunda-feira, cerca de 20 mil membros de tribos --incluindo centenas de militantes armados-- fizeram protestos similares na região de Bajur (noroeste).




Fonte: Folha Online

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