Lula não descarta construção de novas usinas nucleares
Na visita que fez ao Centro Experimental, Lula garantiu que seu governo vai liberar os recursos necessários - R$ 1 bilhão - para a Marinha concluir o seu programa nuclear, que é o fechamento do ciclo de combustível nuclear. O programa já está atrasado em cerca de 10 anos e Lula informou que poderá antecipar a liberação desses recursos, previstos em oito anos, para cerca de seis anos.
Ao falar das conclusões do programa nuclear da Marinha, o presidente destacou que o Brasil pode se dar ao luxo de ser um dos poucos países do mundo a dominar a tecnologia do ciclo do enriquecimento do urânio. "Temos condições de nos transformarmos em uma grande potência energética e não vamos abrir mão disso." E continuou: "A partir daí, seremos muito mais valorizados enquanto nação e potência".
O presidente da República disse que, no centro tecnológico da Marinha, em Iperó, existem profissionais competentes e com muito conhecimento. "Se estava faltando dinheiro (para a conclusão do projeto nuclear) não vai faltar mais, porque vamos colocar os recursos necessários", emendou, reiterando que o País poderá ter até a possibilidade de construir o submarino nuclear.
Ao dizer que seu governo não descarta a construção de novas usinas nucleares, Lula ponderou: "Obviamente, vamos utilizar sempre o que for economicamente viável para o País". E citou o potencial da energia hídrica brasileira. Segundo ele, o País vai utilizar todo o seu potencial hídrico e nuclear. "Ontem foi liberada a licença prévia do Rio Madeira e estamos no processo de estudar Belo Monte", comentou.
Questionado se, ao fechar o ciclo de combustível nuclear, o Brasil entraria numa nova fase de aproximação energética com os Estados Unidos, Lula frisou: "Não temos nenhum compromisso com o presidente Bush (George W. Bush). Ele se aproxima da América Latina porque é um erro alguém não se aproximar da América Latina. Nossa determinação é pensar no Brasil".
Na avaliação do presidente, o Brasil tem condições de se transformar definitivamente num Estado soberano. E disse que pretende reequipar as Forças Armadas. "O recado é para todo mundo, ninguém vai segurar o Brasil de cumprir com seu papel histórico. Não seremos subservientes para atender os outros e não levar em conta os interesses do Brasil."
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