PM é suspeito de sequestrar jovem em Várzea Grande

A empregada doméstica Sandra Maria Campos acusa policiais militares de sequestrar o seu filho Cristian Campos Lopes, 18. O rapaz desapareceu na madrugada de quarta-feira passada (04), quando estava na casa de amigos, na Cohab Cristo Rei, em Várzea Grande. Dois deles disseram que o jovem teria sido retirado do local por quatro homens armados e colocado no porta-malas de um Corsa Preto, onde estaria um tenente da PM identificado como Padilha.

As testemunhas contaram à doméstica que, antes de "jogar" o seu filho dentro do carro e desaparecer com ele, os desconhecidos, que também seriam policiais, teriam amordaçado e amarrado as pernas e as mãos dele. "Uma prática típica dos integrantes do grupo de extermínio que ficou conhecido como A Firma", destacou Odilza Silva Sampaio, vice-presidente da Associação de Familiares de Vítimas da Violência em Mato Grosso.

Odilza declarou que o sumiço de Cristian indica o retorno do que ela denominou de "esquadrão da morte da PM". "Eu acredito que a polícia foi criada para proteger o cidadão e prender os acusados, não para julgar e matar", ressaltou a mulher que ficou conhecida depois de lutar por justiça no famoso Caso Tijucal, onde seus dois filhos menores foram assassinados por policiais em 1996, mas, até agora, os corpos continuam desaparecidos.

A exemplo de Odilza, Sandra afirmou que vai lutar, com todas as forças, para encontrar o filho, que ela acredita já estar morto. "Sinceramente, não tenho mais esperança de vê-lo vivo", disse a doméstica que já denunciou o desaparecimento ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) no Parque do Lago. Ela contou à polícia que Cristian era ameaçado de morte pelo oficial da PM que teria sido visto, pelas testemunhas, no veículo usado no sequestro.

No depoimento, a doméstica declarou ainda que o tenente Padilha teria apontado o seu filho como o responsável pelo roubo de uma pistola pertencente a ele. O furto teria acontecido no começo do mês passado. Desde então, o jovem estaria sendo perseguido pelo policial e alguns colegas de corporação.