Alemão disputou apenas três partidas pelo Palmeiras

SÃO PAULO - A passagem de Alemão pelo Palmeiras foi marcada por uma provocação e uma lesão: antes do clássico contra o Corinthians, em 4 de março, pelo Paulistão, o atacante disse que comemoraria gols dançando funk. “Sou carioca, pô! Vou dançar um funk mesmo.”

Esse era bem o estilo dele: irreverente, cômico, brincalhão, um comportamento bem diferente do adotado pela maioria dos jogadores de hoje, que optam pelo discurso politicamente correto para não se meterem em polêmicas.

Os corintianos não gostaram da provocação. Alguns prometeram revidar. Mas foi um buraco no gramado do Morumbi que acabou com a participação de Alemão no clássico - o jogador torceu o joelho direito e rompeu os ligamentos.

Precisou ser operado e só voltaria a jogar em outubro. “O Alemão vai voltar, o Alemão vai voltar, o Alemão vai voltar”, era o canto dos colegas palmeirenses, usando o ritmo e a melodia que a torcida do Flamengo criou para homenagear Obina, que teve uma lesão semelhante.

O clássico contra o Corinthians foi o terceiro jogo de Alemão pelo Palmeiras. Antes, havia entrado no segundo tempo do empate em 1 a 1 com o Rio Claro e feito um dos gols da vitória por 2 a 1 sobre o São Caetano - comemorou dançando forró. “Homenagem à minha mãezinha, que gosta muito disso”, contou ele na época.

Alemão havia assinado no início de fevereiro um contrato de três anos com o Palmeiras. Apesar de pouco conhecido pela torcida paulista, era uma grande aposta da diretoria e do técnico Caio Júnior, que o viu muito em ação pelo Coritiba, em 2004 - o treinador trabalhava como comentarista de uma rádio paranaense na época.

Pelo Coritiba, Alemão fez um dos gols mais lindos do campeonato daquele ano, em jogo contra o Botafogo: de bicicleta! Depois do Coritiba, Alemão foi para o Japão. Estava no Kyoto Purple Sanga quando foi contratado pelo Palmeiras.

Carlos Adriano de Jesus Soares, o Alemão, tinha 23 anos (10/4/1984) e era natural de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro.