PF prende décimo assaltante e indicia quadrilha por dois crimes
Um dos policiais militares, lotado em Diamantino, estava em serviço no momento da prisão. Em depoimento, o soldado Anderson Alves Lara, 28 anos, negou que a incumbência dele seria ignorar os chamados da Central de Segurança do Banco do Brasil, já que a ação do grupo ativaria os alarmes da agência. Segundo ele, um sargento, um cabo e ele chegaram a ir à agência, mas não registraram nenhuma ocorrência. Conforme a PF, Lara se encontrou com os assaltantes dias antes para articular a ação.
A Polícia Federal indiciou o grupo por formação de quadrilha e furto qualificado. As penas variam de um a oito anos de prisão. Caso fique confirmada a suspeita de que os assaltantes usem identidades falsas, a polícia vai indiciá-los por falsidade documental. De acordo com o delegado Ramon Almeida, o policial militar aposentado teria ficado do lado de fora da agência dentro de um dos três carros que faziam a “segurança” da quadrilha. Na oitiva, ele preferiu ficar em silêncio.
Entre os presos estão pai e filho e um adolescente. Dos dez homens, a maioria tem menos de 25 anos e aparentam ser de classe média, sendo três de Campo Grande (MS), um de Várzea Grande, um de Diamantino e os outros vieram da região sul do País. A base do grupo fica em Itajaí (SC). Ao menos um deles tem mandado de prisão em aberto. Durante a tentativa de assalto, eles tinham apenas uma pistola Golck, calibre 380.
As investigações começaram devido a um furto ocorrido em uma agência da Caixa Econômica Federal em Várzea Grande em 9 de maio, quando os assaltantes levaram R$ 250 mil. Imagens do circuito interno de TV demonstraram a participação de seis integrantes do grupo. Também em maio, a mesma quadrilha agiu em uma agência do Banco do Brasil, no distrito industrial, em Cuiabá. Porém, não obteve êxito por causa da ação de vigilantes de uma empresa vizinha e da Polícia Militar.
A operação, batizada de Pandora, contou com a participação de promotores que integram o Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Os integrantes da quadrilha vão ficar presos no presídio Pascoal Ramos, em Cuiabá, mas os policiais militares ficarão em Santo Antonio do Leverger. Alguns dos acusados chegaram a admitir parcialmente os crimes. O valor que seria furtado em apenas uma agência em Diamantino supera os R$ 250 mil e sairia de cofres e caixas eletrônicos. O inquérito deve ser concluído em 15 dias.
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