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Sexta - 06 de Julho de 2007 às 18:53

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SILVERSTONE, Inglaterra - A polêmica sobre a espionagem na Fórmula 1 ganhou mais um capítulo nesta sexta-feira. Nigel Stepney, ex-mecânico-chefe de Ferrari, e Mike Coughlan, projetista da McLaren, ofereceram à Honda o projeto do carro dos sonhos para 2008, com a combinação do melhor da Ferrari e o melhor da McLaren.

O comunicado distribuído pela Honda, logo depois dos treinos livres do GP da Inglaterra, em Silverstone, confirmando o encontro de seu diretor-geral, Nick Fry, com Stepney e Coughlan, ocorrido no mês passado, praticamente esclarece o caso.

Quase às lágrimas, na quinta, na inauguração do supermotorhome da McLaren, Ron Dennis, sócio e diretor da equipe, jurou inocência. “A McLaren não fez nada de errado”, disse. E nesta sexta, também emocionado, ele garantiu que “os dados obtidos não foram usados a favor do nosso time.”

Stepney entregou a Coughlan os 700 arquivos de computador retirados da Ferrari, com dados técnicos do mais elevado interesse e confidencialidade, no dia 28 de abril, durante os testes em Barcelona. Mas o engenheiro inglês da McLaren cometeu um erro primário para um ´espião´: deixou o material para ser copiado numa empresa localizada próxima à sede da McLaren, em Woking, Inglaterra.

Ainda não está certo como a Ferrari ficou sabendo do caso. O comunicado da equipe italiana diz ter sido “uma terceira parte, não identificada com o mundo da Fórmula 1.” O fato é que, enquanto o material estava sendo copiado, com desenhos detalhados do modelo F2007 da Ferrari, dentre outras informações importantes, o operador da copiadora compreendeu tratar-se de algo muito sério - especula-se que tenha sido ele o responsável por denunciar o caso.

Como a história não ganhou notoriedade até o GP da França, no domingo passado, acredita-se que a Ferrari soube do repasse de seus dados, ocorrido no fim de abril, apenas há uma semana. Confirmado o “roubo”, a Ferrari entrou com uma ação na justiça inglesa, gerando uma busca policial na residência do projetista da McLaren, onde todo o material foi encontrado.

A situação deixou várias perguntas estavam no ar: por que Stepney agiu dessa forma? Estaria vendendo aquilo tudo, de valor inestimável, a alguém? Quem seria? E Coughlan, como entrava na história? Pretendia usar os dados para tentar melhorar o carro da McLaren? O projetista seria um intermediário entre Stepney e alguém do alto escalão da McLaren, com liberdade para negociar?

Nesta sexta-feira, a Honda entrou na história e várias dessas questões parecem ter, de repente, resposta. O time japonês distribui um comunicado diante dos rumores que já circundavam, envolvendo-o no imbróglio.

O texto da Honda diz que Stepney encontrou-se com Nick Fry, em junho, e junto estava Coughlan. A conversa girou em torno de oportunidades profissionais para os dois. “Nesse encontro nenhuma informação confidencial foi oferecida ou mesmo recebida”, diz o comunicado.

A Honda conta que Nick Fry informou Ron Dennis e Jean Todt do encontro e colocou-se à disposição para prestar as informações necessárias. De fato, a equipe japonesa avisou a Ferrari e a McLaren, mas isso só aconteceu nesta sexta-feira. Logo em seguida, Nick Fry, Ron Dennis e Todt se reuniram.

“Em 48 horas uma série de esclarecimentos será realizada”, afirmou Ron Dennis, aparentemente aliviado com o curso do caso. Agora, quem também deverá responder algumas perguntas será Nick Fry.





Fonte: Estadão

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