Comandante Cindacta 1 diz que radar possui 'ponto cego' em MT
Raulino afirmou que a visualização por radar não é condição primária para garantir a segurança dos vôos. O fundamental, segundo ele, é a comunicação entre as aeronaves e o controle aéreo. Segundo comandante, no dia do acidente entre o Legacy e o Boeing da Gol, havia uma "consciência situacional baixa" entre os controladores. A desatenção, segundo ele, teria sido motivada pela tranqüilidade dos profissionais e pela pequena quantidade de vôos monitorados.
Também prestou depoimento o comandante Eduardo Jean Kiame, do Cindacta 2 (Curitiba). Ambos os comandantes afirmaram que são contra a desmilitarização do setor e contra a instituição de gratificação especial para os controladores. Eles garantiram que o sistema aéreo é seguro e eficiente, mas admitiram a necessidade de contratação de mais controladores de vôo. Os dois comandantes afirmaram que não há sobrecarga de trabalho e que o limite de 156 horas mensais está sendo respeitado em relação aos controladores.
Já o relator da CPI do Apagão Aéreo na Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), afirmou que os depoimentos da manhã desta quarta-feira à comissão demonstraram que a crise de comando do Cindacta 1 (Brasília) foi superada. Maia ressaltou, no entanto, que é necessária a melhoria de equipamentos de controle de vôo e de empresas que prestam atendimento aos usuários.
"Está claro que tivemos problema de comando, que está, em alguma medida, resolvido. Mas temos outros problemas, como a concentração da malha em Brasília e São Paulo", disse o deputado.
Relatório sobre acidente com Boeing da Gol será lido dia 12
No encerramento da reunião desta quinta, Marcelo Castro anunciou que o relator vai apresentar na próxima quinta-feira, dia 12, relatório preliminar sobre o acidente com o Boeing da Gol.
O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) cobrou do diretor do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (Icea), Paulo Roberto Sigaud Ferraz, uma posição sobre o software de controle aéreo, apontado por sindicalistas dos controladores como um dos pontos críticos na segurança que contribuíram para o acidente. Ferraz respondeu que as críticas são apenas "uma opinião, não um parecer".
Apesar de elogiar as informações obtidas sobre o Icea, Fruet lamentou a falta de respostas do diretor do instituto a questões levantadas pelos parlamentares. "Isso se deve à cultura dos militares", comentou. Ferraz ainda se esquivou de pergunta do deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) sobre resolução do Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) que apontava, já em 2003, a necessidade de aumentar o número de controladores de vôo.
Na próxima terça-feira, dia 10, às 9h, a CPI se reúne para discutir o Projeto de Lei 3337/04, do Poder Executivo, que disciplina novas regras e atribuições das agências reguladoras de serviços públicos, afetando a Anac. Às 3 horas, os deputados votarão requerimentos polêmicos. No dia seguinte, a CPI poderá voltar a ouvir o diretor-geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), major brigadeiro-do-ar Ramón Borges Cardoso. O requerimento de reconvocação será votado no dia 10.
Marcelo Castro ainda sugeriu uma reunião interna, sem data marcada, para análise de todas as informações já coletadas até o momento e redefinição dos rumos da CPI. Também na semana que vem, Fruet vai participar de missão de adidos da Aeronáutica a Europa e Israel, para conhecer sistemas de controle de vôo.
CPI no Senado solicita junta médica para analisar empresária
Na CPI do Senado, que na quarta-feira apresentou o segundo relatório parcial da investigação, o presidente Tião Viana (PT-AC) solicitou a policiais federais e a uma junta médica - formada por um neurologista e um psiquiatra do Senado - que se dirigissem ao Hotel Nacional a fim de verificar as condições de saúde da empresária Silvia Pfeiffer, que pediu o adiamento de seu depoimento que estava marcado para esta quinta. No fim da tarde o depoimento foi remarcado para a próxima terça-feira, às 10h.
A empresária Sílvia Pfeiffer apresentou diversas denúncias de irregularidades supostamente ocorridas na Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) quando iniciou seu depoimento no dia 21 de junho, mas, no momento em que ia começar a ser interrogada pelos senadores, passou mal. O depoimento foi então interrompido e remarcado várias vezes, mas a empresária, alegando problemas de saúde, não compareceu às audiências.
Na quarta, Silvia Pfeiffer apresentou-se para continuar o depoimento, mas o relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), pediu o adiamento da reunião. A advogada da empresária informou, segundo Tião Viana, que Sílvia Pfeiffer passou mal na noite de quarta-feira e o Samu (serviço médico de emergência) foi chamado, identificando sintomas ligados à ansiedade.
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