Proposta de Reforma Tributária traz preocupação a todos os municípios
Primeiramente a proposição interferiria na autonomia municipal, pois o principal imposto cobrado pelo município, o ISS, passaria a ser cobrado pela União. O repasse aconteceria por um sistema similar ao do FPM, entretanto com um critério que viesse a contemplar o nível de arrecadação do ISS de cada Município no momento da entrada em vigor do tributo unificado.
Se levarmos em conta que o ISS cresceu, de 2000 para 2007, 66% em termos reais contra cerca de 43% do crescimento das transferências federais e 40% das transferências estaduais, estaríamos creditando à União essa capacidade de aumento da arrecadação.
Conheça abaixo o quadro com a evolução da arrecadação dos principais tributos do Brasil, por competência, em valores deflacionados (em milhões de R$).
A proposta engessa um mecanismo que o Município tem para contribuir no desenvolvimento da economia local. Por outro lado, dependendo de como se der a regulamentação da matéria, as prefeituras podem ficar refém das políticas de incentivo da União.
A Reforma Tributária
A proposta segue o princípio da neutralidade, tanto para a economia, onde ela pretende zerar, ou pelo menos reduzir, os tributos cumulativos existentes em no país visando à melhoria da competitividade das empresas brasileiras interna e externamente, quanto para os entes federados, onde a meta é manter os atuais níveis de receita da União, dos Estados e dos Municípios.
O cerne da proposta da União é a criação do IVA, Imposto sobre o Valor Agregado, que substituiria os atuais COFINS, IPI, CIDE, PIS, ICMS e ISS por um único tributo, regulado por uma Lei Complementar nacional com duas alíquotas, uma federal e outra estadual.
A base de cálculo das duas alíquotas seria a mesma - setores da indústria, do comércio e dos serviços, sendo que a federal seria calibrada para substituir a arrecadação dos tributos federais e do ISS, enquanto a estadual reproduziria a arrecadação do atual ICMS.
A alíquota federal seria totalmente cobrada na origem do produto e a alíquota estadual totalmente no consumo das mercadorias, acabando com a guerra fiscal entre os Estados.
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