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Economia
Sexta - 06 de Julho de 2007 às 06:36

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SÃO PAULO - Para o professor do Ibmec Carlos Thadeu de Freitas, o dólar deve continuar em queda por mais algum tempo. Em entrevista ao programa Conta Corrente, da Globo News, o professor afirmou que o Banco Central perdeu a oportunidade de reduzir os juros mais rapidamente no ano passado, o que poderia ter reduzido o apetite dos investidores estrangeiros por aplicações no País.

A alternativa seria parar com as compras da moeda norte-americana. "Porque quando o BC compra, aumenta o cupom cambial e, aumentando o cupom cambial, atrai ainda mais dólares", explicou o professor e chefe do Departamento Econômico da Confederação Nacional de Comércio.

Segundo Thadeu de Freitas, os juros altos e a perspectiva de valorização futura do real fazem com que o País receba uma "enxurrada" de dólares. A estimativa é de que entre janeiro e maio o Brasil tenha recebido US$ 9 bilhões do exterior aplicados em renda fixa, o que acaba por valorizar ainda mais a moeda brasileira. "Então quem entrar aqui vai ganhar no real e vai ganhar nos juros", observou o professor.

O aquecimento da economia neste momento mostra que o Banco Central não deve reduzir fortemente os juros, segundo o professor. "Porque agora a economia está dando sinais de que está mais aquecida e, pior ainda, o nível de preços correntes está ficando mais alto do que o esperado", observou. "Hoje o mundo tem taxas de juros altas. Então o nosso timing para baixar os juros foi o ano passado", afirmou.

Inflação

O professor observou que a inflação brasileira está, aos poucos, elevando-se. Ele prevê que o IPCA no mês será de 0,30%, acima das expectativas do mercado. A previsão do economista para o ano é de um IPCA de 3,8%, diante da previsão anterior que ficava entre 3,2% e 3,3%. "Então nós não vamos ter o BC baixando a taxa de juros facilmente", sustentou.

Mesmo assim, Thadeu de Freitas espera pela continuidade da política de reduções gradativas da Selic. "Eu acho que o espaço do BC é continuar baixando 0,50 (ponto porcentual) por causa do dólar."

Custo da dívida

Por ainda manter a mais alta taxa de juro real do mundo, o alto custo da dívida torna inviável prosseguir com a compra de dólares por parte do Banco Central. "O custo fiscal da dívida é uma coisa impressionante", observou Thadeu de Freitas.

Com uma redução de juros mais agressiva no ano passado, a Selic poderia estar na faixa de 10%, estima o professor, o que reduziria bastante o custo da dívida. "O Brasil poderia ter déficit nominal zero brevemente", explicou. "No ano passado, todo mundo dizia que o BC poderia baixar a taxa de juros mais rapidamente, mas não baixou", lamentou. "Agora nós não temos alternativa no curto prazo."




Fonte: AE

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