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Sexta - 06 de Julho de 2007 às 06:12

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Um mural do pintor mexicano Diego Rivera (1886-1957), que estava oculto há mais de 20 anos, será exibido de novo ao público a partir de hoje, no Centro Cultural Muros, da cidade de Cuernavaca, no centro do México.

O mural "Rio Juchitán", pintado entre 1953 e 1956, foi projetado inicialmente para decorar o jardim da casa do produtor de cinema mexicano Santiago Reachi, em Cuernavaca. Ele era sócio de Cantinflas e Jacques Gelman na Posa Films.

A casa foi vendida em 1960 ao mecenas mexicano Manuel Suárez, criador do Casino de La Selva, um ponto de encontro de intelectuais.

O mural passou a fazer parte do seu patrimônio. Nos anos 80, foi transportado ao Hotel do México, na capital.

Quando o hotel foi fechado, a obra foi parar num armazém, onde permanecia até agora.

A diretora do museu de Cuernavaca, Susan Grilo, explicou à Efe que o mural, aparentemente, é o único que Diego Rivera realizou com frete e verso. Ou seja, sua composição mostra os dois lados da cena, de forma que o pintor convida o público a caminhar a seu redor.

Além disso, como a obra estava desenhada para permanecer num jardim ao ar livre, junto a uma piscina, Rivera usou a técnica do mosaico veneziano, à prova d''água.

"O mural é uma vista do Rio Juchitán, destacando a geografia e as mulheres do Istmo de Tehuantepec", no estado de Oaxaca, disse Grilo.

Para ela, a região no sul do México foi para Rivera o mesmo que a Polinésia representou para o pintor Paul Gauguin.

O tema principal é a relação do ser humano com a água. Por isso o mosaico mostra um grupo de mulheres realizando atividades cotidianas no rio: lavam roupa, tomam banho e banham seus filhos.

No entanto, acrescentou Grilo, "o mural mantém o caráter político de todas as obras de Rivera".

Parte da cena mostra um menino que chega ao rio acompanhado de um homem. Outros dois personagens se apresentam bem diferentes dos demais, porque usam roupas, chapéu e calçados, não se molham no rio e se afastam da água. A representação de dois mundos opostos simboliza a luta de classes, tema recorrente na obra de Rivera, de tendência comunista.

A composição mede 1,54 metro de altura por 8,72 de comprimento. A área total trabalhada é de 26,87 metros quadrados. Ela pesa aproximadamente quatro toneladas e está avaliada em US$ 2 milhões.

A pintura ficará no jardim da entrada do museu, podendo ser vista da rua. "Assim respeitamos o espírito de Diego e sua filosofia de aproximar a arte do povo", disse Grilo.

O museu possui a segunda maior coleção da mulher de Diego Rivera, Frida Khalo, com 19 pinturas.

Em 2007, o México lembra os 50 anos da morte de Rivera e os 100 anos do nascimento de Khalo.




Fonte: EFE

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