Atrasos em vôos persistem no aeroporto de Cumbica

O aeroporto internacional de São Paulo, em Cumbica (Guarulhos, região metropolitana), realiza pousos e decolagens normalmente na manhã desta quarta-feira, mas ainda registra atrasos. No início da manhã, o terminal operou com auxílio de instrumentos, devido à neblina.

De acordo com a Infraero (estatal que administra os aeroportos), até as 11h, 20 das 91 decolagens previstas sofreram atrasos superiores a uma hora. Oito vôos foram cancelados e sete pousos foram desviados para outros aeroportos --quatro para Viracopos (Campinas, SP) e três para o Tom Jobim (Rio).

Apesar dos problemas ainda registrados, as filas são menores nesta quarta no terminal. Ontem, os atrasos e a espera irritaram os passageiros. Os problemas foram atribuídos pela estatal à neblina, que interrompeu as operações no aeroporto entre a noite de segunda e o começo da manhã de terça.

Em Congonhas (zona sul de São Paulo), a situação é considerada normal. Dos 80 vôos programados para ocorrer até as 10h, cinco foram cancelados e sete atrasaram mais de uma hora.

No Rio, a neblina também obrigou a operação por instrumentos, mas pousos e decolagens não foram interrompidos. Às 10h30, a Infraero considerava a situação normal nos terminais Santos Dumont e Tom Jobim. Os aeroportos não confirmaram o número de vôos atrasados, mas informaram quem a espera não era longa.

Na terça, o superintendente regional do Sudeste da Infraero (estatal que administra os aeroportos do país), Edgard Brandão Júnior, afirmou que a situação dos aeroportos somente deverá se regularizar na próxima sexta-feira (6). "Isso irá depender, entretanto, se o aeroporto não tiver nenhum nevoeiro que atrapalhe a visibilidade e a partida e pouso das aeronaves."

Caos

Durante todo a terça-feira, os aeroportos --principalmente em Cumbica-- registraram filas, atrasos, e os passageiros reclamavam com a falta de informação. O aeroporto internacional de São Paulo, em Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), operou sob neblina durante 62 horas e 25 minutos durante 16 dias dos últimos meses de abril, maio e junho, quando o fenômeno é mais comum. Em 2006, a freqüência do problema foi bem parecida --67 horas e 50 minutos em 18 dias. Os dados foram divulgados pela Infraero.

O superintendente regional do Sudeste da Infraero questionou a viabilidade de o aeroporto de Guarulhos deter um equipamento ILS (Instrument Landing System, ou sistema de pouso por instrumento) da categoria 3, o equipamento que permite que os aviões pousem ou decolem por meio de informações do sistema. Guarulhos possui os de nível 1 e 2. O 3 permitiria enxergar mesmo com visibilidade muito prejudicada, como em nevascas, por exemplo.

"Antes de mais nada necessitamos de um estudo técnico mais profundo para saber se realmente precisamos disso [ILS 3]. Poucos aeroportos do mundo possuem e trata-se de algo que precisa estar inclusive em consonância com as aeronaves", afirmou Brandão Júnior.

Brandão Júnior disse que a regional da Infraero prepara um estudo para detectar quais aeronaves possuem o equipamento. "A minha suspeita é que a maioria dos aparelhos que realizam o vôo doméstico não detém esse tipo de equipamento", disse