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Polícia Brasil
Quarta - 04 de Julho de 2007 às 05:35
Por: Patrícia Neves

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Trinta e duas pessoas, incluindo os servidores da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) Jackson Medeiros e Márcio Cavalcante, que foram diretores regionais do órgão, foram presas ontem por suspeita de integrarem um esquema de venda de créditos para exploração ilegal de madeira. O grupo "esquentava" madeiras adquiridas ilegalmente. Uma funcionaria da secretaria permanece foragida. A estimativa do órgão é que R$ 58 milhões foram movimentados pela quadrilha desde o ano passado. O valor é equivalente a 81 mil metros cúbicos de madeira, o suficiente para lotar 4.091 caminhões.

A ação, batizada de "Guilhotina" foi desencadeada pelo Ministério Público Estadual (MPE), Delegacia Fazendária e Sema. No total foram expedidos 75 mandados de prisão temporária (30 dias) e outros seis de busca e apreensão. As prisões foram realizadas em 19 municípios de Mato Grosso e também em Ourinhos, interior de São Paulo. A cidade de Sinop (500 km de Cuiabá) concentrou boa parte dos mandados, 19.

O golpe, de acordo com a Delegacia Fazendária vinha sendo aplicado desde o ano de 2006 . Há três meses a Polícia Civil deu início a investigação após denúncia feita pela Superintendência de Ações Descentralizadas da Sema. No total, 118, planos de manejo que mais movimentavam créditos no sistema de cadastro do órgão foram vistoriados "in loco" pelos fiscais.

Durante esse procedimento, surgiram fortes indícios de que alguns créditos obtidos por empresários para comercialização de madeira teriam sido transacionados apenas no sistema da Sema (CC-Sema), apresentando incompatibilidade entre o que havia sido declarado nos relatórios on line e a exploração constatada em campo. Uma outra situação constatada, de acordo com o delegado Massao Ohara, da Delegacia Fazendária, é que em alguns planos de manejo, a área respectiva sequer foi explorada.

Em outros a autorização de desmate foi obtida de forma fraudulenta, com uso de documentos falsos e, em outros no projeto de exploração florestal a área foi declarada como sendo de floresta e, após a vistoria, constatou-se tratar, na realidade, de cerrado. Em todos os casos os créditos obtidos foram comercializados.




Fonte: Gazeta Digital

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