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Nacional
Terça - 03 de Julho de 2007 às 20:37
Por: CLAYTON FREITAS

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Os passageiros que estão na noite desta terça-feira no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo) enfrentam filas de até 500 metros para fazer o check-in. A situação não é diferente para os embarques dos vôos internacionais e domésticos. Para encontrar soluções para a crise --e para melhorar o atendimento aos passageiros-- a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) se reuniu com representantes de companhias aéreas.

Os transtornos que ainda persistem em Cumbica são conseqüência da suspensão de decolagens e pousos entre a noite de segunda (2) e a manhã desta terça-feira, que refletiu em terminais de todo país. A interrupção nos vôos foi atribuída pela Infraero (estatal que administra os aeroportos) a um nevoeiro.

Apesar da grande procura por parte dos passageiros --as partidas dos vôos internacionais se dá na sua maioria no período noturno-- não foram registrados tumultos até as 20h.

Reclamação, entretanto, sobrava. Muitos declararam estar preocupados com as partidas. Vários passageiros procuravam a reportagem da Folha Online para saber se os vôos sairiam no horário.

Uma pastora evangélica que voaria para o Texas questionou os motivos dos atrasos nos aeroportos do país. Ela não quis se identificar mas da fila de embarque dos vôos internacionais disse várias vezes para "Deus abençoar o transporte aéreo no Brasil".

O analista de sistemas Rodrigo Souza, 30, fazia a conexão Rio-São Paulo-Montevidéo da Gol. Ele disse que seu vôo estava programado para sair às 11h de hoje do aeroporto Tom Jobim, no Rio. Chegou às 10h50 e o check-in já havia terminado.

Depois de pagar R$ 100 para ter seu vôo remarcado para as 16h10, a aeronave só decolou às 17h40. Da fila do embarque internacional, conversava com outros passageiros a respeito de sua indignação.

"É assim mesmo no Brasil. Eu chego dez minutos antes e, mesmo com a aeronave em solo, tenho de pagar para remarcar pois o check-in havia terminado. Agora, se a empresa faz isso comigo, fica tudo bem?", questionou.

Atrasos

Por volta das 20h, os painéis informativos da Infraero (estatal que administra os aeroportos no país) apontavam atrasos em apenas um vôo da Ocean Air para Petrolina, que deveria ter saído às 18h30, e o atraso de uma aeronave da TAM em destino à Buenos Aires (Argentina).

Dados da estatal mostram que das 0h às 20h de hoje, 165 partidas estavam programadas para sair de Guarulhos. Do total, 42 sofreram atrasos e 18 foram canceladas. Às 20h30 a temperatura na região do bairro de Cumbica --local onde fica o aeroporto-- era de 15ºC segundo medição da Infraero. Apesar da formação de nevoeiros, o aeroporto operava normalmente para pousos e decolagens. O balanço geral divulgado pela Infraero registrou atrasos em 20,1% dos vôos de todo país até as 18h de hoje. Leonardo Wen/Folha Imagem Passageira dorme enquanto espera vôo no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos O maior percentual de atrasos foi registrado no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, com 45,6% dos 57 pousos e decolagens com mais de uma hora de espera. As operações no terminal também foram suspensas na manhã de hoje. Pousos e decolagens foram interrompidos também por causa da neblina. As decolagens foram retomadas às 9h30 e os pousos, por volta das 11h. Anac Diretores da Anac se reuniram com representantes das companhias aéreas para discutir a crise do setor aéreo. Na reunião estiveram presentes, além de diretores da Anac, representantes da TAM, Gol, Oceanair, BRA e VRG Linhas Aéreas e o Comando da Aeronáutica. No encontro ficou decidido que os usuários receberão melhor atendimento e a agência, em parceria com as companhias, irão identificar os principais gargalos --demandas não atendidas-- operacionais e de infra-estrutura. No encontro foi detectado que o maior problema enfrentado atualmente é o excesso de fluxo de passageiros no aeroporto de Cumbica. Ainda segundo nota da agência, outros encontros serão realizados. Defesa do consumidor A recomendação dos órgãos de defesa do consumidor é para que os passageiros prejudicados cobrem seus direitos na Justiça. Para isso, devem guardar notas fiscais de lanches, táxis ou gastos com hospedagem. O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) criou uma campanha "Apagão aéreo: exija respeito e o fim da crise!". O instituto disponibiliza em seu site um modelo de ação que pode ser preenchido pelo próprio interessado, sem necessidade de auxílio de um advogado. A Fundação Procon disponibiliza em seu site uma cartilha elaborada em dezembro de 2006 dando orientações ao consumidor. Com quatro páginas, é possível inclusive imprimi-la, dobrá-la e mantê-la na carteira.




Fonte: Folha Online

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