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Polícia Brasil
Terça - 03 de Julho de 2007 às 08:38

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Depois de quase um mês preso, o empresário Nilton Cezar Servo, detido na Operação Xeque-Mate, deixou ontem a carceragem da Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande (MS). A Justiça Federal revogou ontem a prisão preventiva de Servo e outros seis suspeitos investigados pela PF.

Servo, que se diz amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi preso pela Polícia Federal no dia 5 de junho por suposto envolvimento em um esquema que pagava subornos a policiais para explorar caça-níqueis.

Depois, foi denunciado pelo Ministério Público Federal pelas acusações de contrabando, formação de quadrilha, corrupção ativa e falsidade ideológica.

De acordo com o advogado do empresário, Eldes Rodrigues, o juiz federal Dalton Kita Conrado argumentou em sua decisão de ontem que, além de ter bons antecedentes, Servo tem endereço fixo e fonte de renda lícita.

O juiz entendeu que, dados esses requisitos, não há risco de fuga e que ele pode então responder ao processo livre, segundo Rodrigues.

Além disso, foi considerado que, como as investigações da PF e do MPF sobre o esquema desmontado pela operação já terminaram, Servo, mesmo livre, não pode mais influir nelas. Já o Ministério Público Federal foi contra, em seu parecer, à revogação da prisão.

Se a Justiça entender que sua liberdade não compromete o andamento do processo, é possível que Servo só seja preso de novo caso seja condenado de maneira definitiva --sem possibilidade de novos recursos.

*A operação"

A Operação Xeque-Mate prendeu 77 pessoas e desmontou um suposto grupo criminoso que importava ilegalmente componentes eletrônicos e montava caça-níqueis em São Paulo e Mato Grosso do Sul. Para evitar a apreensão das máquinas, esse grupo pagava propinas a policiais, incluindo um delegado da Polícia Civil em Mato Grosso do Sul.

De acordo com as investigações da PF, Servo era um dos cabeças do esquema e sócio de Dario Morelli, compadre de Lula e também denunciado.

Grampos mostraram que, segundo a conclusão da PF, Servo fazia pagamentos de R$ 2.000 a R$ 3.000 a Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente, que, em troca, prometia vantagens nos Poderes Executivo e Judiciário. Vavá foi indiciado pela PF, mas não foi denunciado pelo MPF.

O advogado do empresário sempre negou que exista irregularidades nas atividades de seu cliente. Segundo ele, Servo operava duas casas de jogos, mas de maneira legal. Sobre a relação com o Vavá, ele afirmou que os pagamentos não eram propina.





Fonte: Agência Folha

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