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Saúde
Terça - 03 de Julho de 2007 às 07:21

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Pessoas que sofrem de epilepsia têm o triplo de probabilidade de cometer suicídio em comparação ao restante da população, sugeriu pesquisa dinamarquesa.

Os cientistas também descobriram que mulheres com epilepsia têm maior probabilidade de acabar com a própria vida do que os homens com o mesmo problema.

Pessoas que receberam o diagnóstico de epilepsia seis meses antes apresentam um risco mais de cinco vezes maior de cometer suicídio.

Um estudo divulgado na publicação "Lancet Neurology" disse que são necessários mais esforços para controlar ataques epiléticos, que podem estigmatizar as pessoas com o problema e ter outras conseqüências em suas vidas.

A equipe do Hospital Universitário Aarhus estudou 21.169 casos de suicídio na Dinamarca entre 1981 e 1997.

Ela descobriu que 492 (2,32%) dos suicidas tinham epilepsia. A incidência de epilepsia em uma amostra aleatória de mais de 400 mil pessoas da população em geral foi de apenas 0,74%.

Mesmo depois de levar em conta fatores como doenças mentais, situação empregatícia, renda e estado civil, as pessoas com epilepsia ainda tinham duas vezes maior probabilidade de se matar.

As pessoas tanto com doenças mentais quanto com epilepsia apresentaram probabilidade quase 14 vezes maior de cometer suicídio do que pessoas com nenhuma dessas características.

A tendência da população em geral é de que o risco de suicídio aumente com a idade.

Mas os pesquisadores descobriram que, no caso de pessoas com epilepsia, o risco de suicídio diminuiu na medida em que ficaram mais velhas.

Grande impacto

O pesquisador Jakob Christensen disse: "Inúmeros fatores podem ter um grande impacto no bem-estar de pessoas com distúrbios crônicos como a epilepsia."

"Nós sabemos que a epilepsia prejudica a qualidade de vida do paciente - especialmente pouco depois de diagnosticado."

"Um diagnóstico de epilepsia afeta uma importante parte da vida das pessoas: oportunidades de emprego desaparecem, os pacientes costumam deixar de lado sua carteira de motorista, o medicamento pode reduzir a fertilidade, e a gravidez é associada a um aumento do risco de deformidades congênitas no feto."

O especialista acredita que o impacto sobre fertilidade e gravidez pode explicar porque a incidência de suicídio é maior entre mulheres com epilepsia.

Christensen acrescentou que ataques epiléticos podem ser uma experiência muito desagradável e causam estigma.

"Epilepsia não é um distúrbio raro, afetando até 1% da população", afirmou ele.

A organização de apoio britânica "Epilepsy Action" disse que os resultados da pesquisa enfatizam o impacto que a epilepsia pode ter na vida de uma pessoa.

"Epilepsy Action" realiza campanha para melhor atenção ao problema, acelerando diagnóstico e tratamento.

Com o medicamento certo para tratar a epilepsia, estima-se que 70% das pessoas podem evitar ataques.





Fonte: BBC Brasil

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