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Selic real poderia ser de 4% ao ano, afirma Bresser-Pereira
SÃO PAULO - Para o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) Luís Carlos Bresser-Pereira, há bastante espaço para redução da taxa Selic. Em entrevista ao Conta Corrente, da Globo News, na segunda-feira, 2, ele afirmou que o juro real, que está em 9%, poderia ser reduzido para menos de 4% ao ano.
"Com a taxa de juros real em 9%, o mercado não está sendo respeitado", afirmou o ex-ministro. Para chegar a esse número, Bresser-Pereira somou o chamado risco Brasil, hoje na faixa de 1,35%, ao juro real dos títulos do Tesouro norte-americano, por volta de 2,5%.
"É preciso uma política para baixar essa taxa de juros. Porque essa história de que se baixar a taxa de juros a inflação volta é falsa", garantiu o professor.
Juro tabelado
O professor da FGV lembra que, mesmo depois da seqüência de reduções da Selic, o Brasil continua tendo, "de longe", os mais altos juros reais do mundo. Isso porque os juros no Brasil estariam sendo "tabelados". "O Brasil é o único país que tabela a taxa de juros", denunciou Bresser-Pereira.
Segundo ele, os bancos centrais de países como Estados Unidos, Inglaterra e Japão administram a taxa de juros de curto prazo, enquanto o Brasil prefere tabelar a taxa de juros de longo prazo. "Esperam com isso que a taxa de juros de mercado - que é a taxa de juros de longo prazo - se altere e afete a taxa de juros que incide sobre os títulos do Tesouro dos seus respectivos países", explicou o professor. Enquanto isso, no Brasil, segundo ele, quando o Copom decide a taxa de juros de curto prazo, decidiu automaticamente a taxa de juros de longo prazo. "Quando se tem a taxa de juros indexada à própria taxa de juros, dá nisso."
Câmbio
Luiz Carlos Bresser-Pereira cita três motivos para o câmbio no Brasil estar acima da cotação de equilíbrio em relação ao dólar. "A primeira razão pela qual a taxa de câmbio está sobrevalorizada é porque os juros são altos", salientou o professor. Além disso, o Brasil estaria sofrendo um ataque especulativo a favor do real. A terceira explicação ficaria por conta da chamada doença holandesa. "A doença holandesa é uma falha de mercado brutal, que atinge fundamentalmente todos os países produtores de petróleo", ponderou Bresser-Pereira. "E onde não se neutraliza, a doença holandesa passa a ser uma maldição."
Desindustrialização
Entre os efeitos visíveis, estaria um lento, mas já perceptível processo de desindustrialização no Brasil. O professor da FGV ressalva que, embora não seja grande exportador de petróleo, por se tratar de exportador de ferro, etanol, soja, laranja, celulose, entre outros, o Brasil acaba em situação parecida. "Temos várias coisas que não dão aquele diferencial do petróleo", frisou Bresser-Pereira.
O ex-ministro estima que, dependendo da cotação dessas commodities, a taxa de câmbio pode cair de 100 para 80, ou 70. "E aí as indústrias, mesmo sendo tecnologicamente competentes, sofrem muito e começa a haver um processo de desindustrialização", alertou. "É o que está havendo no Brasil", prosseguiu. "É gradual, as pessoas negam que esteja havendo, mas a participação no PIB da indústria no Brasil não pára de baixar."
"Com a taxa de juros real em 9%, o mercado não está sendo respeitado", afirmou o ex-ministro. Para chegar a esse número, Bresser-Pereira somou o chamado risco Brasil, hoje na faixa de 1,35%, ao juro real dos títulos do Tesouro norte-americano, por volta de 2,5%.
"É preciso uma política para baixar essa taxa de juros. Porque essa história de que se baixar a taxa de juros a inflação volta é falsa", garantiu o professor.
Juro tabelado
O professor da FGV lembra que, mesmo depois da seqüência de reduções da Selic, o Brasil continua tendo, "de longe", os mais altos juros reais do mundo. Isso porque os juros no Brasil estariam sendo "tabelados". "O Brasil é o único país que tabela a taxa de juros", denunciou Bresser-Pereira.
Segundo ele, os bancos centrais de países como Estados Unidos, Inglaterra e Japão administram a taxa de juros de curto prazo, enquanto o Brasil prefere tabelar a taxa de juros de longo prazo. "Esperam com isso que a taxa de juros de mercado - que é a taxa de juros de longo prazo - se altere e afete a taxa de juros que incide sobre os títulos do Tesouro dos seus respectivos países", explicou o professor. Enquanto isso, no Brasil, segundo ele, quando o Copom decide a taxa de juros de curto prazo, decidiu automaticamente a taxa de juros de longo prazo. "Quando se tem a taxa de juros indexada à própria taxa de juros, dá nisso."
Câmbio
Luiz Carlos Bresser-Pereira cita três motivos para o câmbio no Brasil estar acima da cotação de equilíbrio em relação ao dólar. "A primeira razão pela qual a taxa de câmbio está sobrevalorizada é porque os juros são altos", salientou o professor. Além disso, o Brasil estaria sofrendo um ataque especulativo a favor do real. A terceira explicação ficaria por conta da chamada doença holandesa. "A doença holandesa é uma falha de mercado brutal, que atinge fundamentalmente todos os países produtores de petróleo", ponderou Bresser-Pereira. "E onde não se neutraliza, a doença holandesa passa a ser uma maldição."
Desindustrialização
Entre os efeitos visíveis, estaria um lento, mas já perceptível processo de desindustrialização no Brasil. O professor da FGV ressalva que, embora não seja grande exportador de petróleo, por se tratar de exportador de ferro, etanol, soja, laranja, celulose, entre outros, o Brasil acaba em situação parecida. "Temos várias coisas que não dão aquele diferencial do petróleo", frisou Bresser-Pereira.
O ex-ministro estima que, dependendo da cotação dessas commodities, a taxa de câmbio pode cair de 100 para 80, ou 70. "E aí as indústrias, mesmo sendo tecnologicamente competentes, sofrem muito e começa a haver um processo de desindustrialização", alertou. "É o que está havendo no Brasil", prosseguiu. "É gradual, as pessoas negam que esteja havendo, mas a participação no PIB da indústria no Brasil não pára de baixar."
Fonte:
AE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/218732/visualizar/
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