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Economia
Segunda - 02 de Julho de 2007 às 18:04

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As importações brasileiras de bens de consumo cresceram 34,3% no primeiro semestre de 2007, em relação a igual período de 2006. Com isso, a participação dos bens de consumo nas importações subiu de 12,6%, em 2006, para 13,3%, em 2007. Por outro lado, as importações de bens de capital subiram 24,3% e mantiveram praticamente inalterada a sua participação na balança comercial - de 21,5%, em 2006, para 21,1%, em 2007.

As importações de matérias-primas e produtos intermediários subiram 29,4%. A participação desses produtos nas compras internacionais subiu de 49,2%, em 2006, para 50,2%, em 2007.

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, avaliou que a composição desses produtos é positiva para um país em desenvolvimento, como o Brasil, que precisa ampliar o seu parque industrial e aumentar as exportações. Meziat admitiu, no entanto, que as importações de bens de consumo devem aumentar mais ainda, a partir deste mês, em função das compras de Natal - já que as encomendas à indústria começam no início do segundo semestre.

O secretário destacou o aumento das importações de automóveis, que foi de 53,7% em relação ao primeiro semestre de 2006. Para Meziat, esse crescimento é explicado por dois fatores: o real valorizado, que torna mais barato o veículo, e a oferta de crédito a prazos maiores e a juros mais baixos.

Meta

Meziat informou que está revendo a meta de exportações para 2007. Segundo ele, as vendas externas têm crescido acima do que o ministério previa. A meta estimada para este ano é de US$ 152 bilhões, o que representa um crescimento de 10,9% em relação a 2006.

O secretário destacou que, no acumulado dos últimos 12 meses, as exportações atingiram quase Us$ 150 bilhões, o que significa que o Brasil precisaria aumentar em apenas US$ 2 bilhões as vendas externas, no segundo semestre de 2007, em relação a igual período de 2006. Por causa disso, Meziat diz acreditar que a meta já está superada, mas não quis antecipar valores.

"Estamos fazendo esta revisão com cautela, porque não sabemos o que vai acontecer ao certo no segundo semestre", explicou. Ele lembrou que as exportações no segundo semestre de 2006 foram bastante expressivas e deixaram a base de comparação muito elevada. Meziat disse que, em função disso, o crescimento das exportações no segundo semestre será menor do que no primeiro semestre.

O secretário disse que o resultado das exportações no primeiro semestre de 2007 surpreendeu ao atingir 19,9% de alta e atribuiu esse aumento a mudanças na economia brasileira, como, por exemplo, melhoria na produtividade e na qualidade do produto, diversificação de mercado, mudanças na estratégia das empresas em relação às exportações e uma ampliação do uso do chamado "draw back" para aproveitar as importações mais baratas. "Desde 2003, o real vem-se apreciando, e isso é contrabalanceado pela soma desses fatores", afirmou Meziat.

Volume

Segundo Meziat, está havendo uma mudança de tendência no crescimento das exportações brasileiras. Segundo ele, no acumulado de janeiro a maio deste ano, o volume exportado superou, após meses, o valor das exportações. Os dados do ministério, sempre divulgados com um mês de defasagem, mostram que as exportações cresceram 10,9% em volume, enquanto que o aumento dos preços dos produtos foi de 9,4% em relação a igual período do ano passado.

"Em 2003, 2004 e 2005, o que puxou o aumento das exportações foi a quantidade. Em 2006, tivemos um ponto fora da curva, e as exportações foram sustentadas pelo aumento dos preços. Em 2007, essa tendência do ano passado se amenizou", avaliou o secretário.

Para ele, a recuperação do volume exportado significa que os exportadores brasileiros estão conquistando novos mercados. Isso, na avaliação do secretário, garante "uma blindagem" das empresas em caso de haver uma reversão nos preços internacionais. Em 2006, as exportações subiram 3,2% em quantidade e 12,5% em preço.





Fonte: AE

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