Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Domingo - 01 de Julho de 2007 às 17:12

    Imprimir


A pista sentido zona oeste-centro do elevado Costa e Silva, mais conhecido como Minhocão, em São Paulo, recebeu 2,5 mil mudas de plantas na manhã deste domingo. O ato foi organizado por ONGs (Organizações Não-Governamentais) com apoio da Comissão Municipal de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo.

Segundo os organizadores, o número é referente a quantidade de pessoas mortas pela violência apenas neste ano no Estado de São Paulo.

As mudas vieram de uma floricultura de Campinas (95 km de São Paulo). Elas começaram a ser colocadas no Minhocão por volta das 22h do sábado (30), segundo o presidente da ONG Rio de Paz, Antonio Carlos Costa.

"Escolhemos o Minhocão pois sabíamos que hoje ele é fechado e não queríamos prejudicar o tráfego de veículos", afirmou Costa.

Aos domingos o elevado é fechado para tráfego de veículos pela Prefeitura de São Paulo. O local serve como uma espécie de parque para os moradores do entorno, que lá realizam atividades físicas, caminham, pedalam de bicicleta, levam seus animais de estimação para passear e alguns tomam sol.

As mudas foram colocadas na altura da saída da estação Marechal Deodoro do Metrô, até o acesso ao largo do Arouche. Uma cruz branca de cerca de 3 metros de altura foi colocada ao fundo.

O ato das ONGs fechou um dos lados da pista e foi encerrado às 15h. Durante o ato estiveram presentes o secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, e o presidente do Conselho Municipal de Direitos Humanos, José Gregori e representantes da ONG Visão Mundial.

Bosque da lamentação

Durante o ato realizado em São Paulo, ficou acordado que uma área do Parque Anhangüera, localizado em Perus, zona norte de São Paulo, receberá uma espécie de "bosque da lamentação" com mudas de plantas que retratem o número de mortos daquele mês no Estado. Mensalmente, segundo Costa, serão plantadas mudas de árvores referentes ao número de mortes ocorridas no Estado de São Paulo provocadas pela violência.

"Queremos ser um Greenpeace dos direitos humanos e a presença da ONG em São Paulo poderá auxiliar os paulistas a mensurar melhor o problema da violência", afirma Costa

O ato também serviu para a ONG inaugurar sua sede em São Paulo. Denominada São Paulo Pela Paz, ela será uma espécie de filial da ONG carioca..

Na esteira de outros movimentos não-governamentais existentes no Rio de Janeiro, o Rio de Paz nasceu no início de 2007, motivado pela onda de atentados ocorrida no Rio no fim de 2006. Na ocasião, 19 pessoas foram mortas, oito delas queimadas em um ônibus.

Desde março passado, a ONG realizou atos de protestos para marcar a evolução da violência no Rio. Sempre midiáticos, se valem de objetos minimalistas --como lenços na Esplanada dos Ministérios, rosas na areia da praia de Copacabana-- para alertar a respeito das mortes e de atos de violência no país.





Fonte: Folha Online

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/218992/visualizar/