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Internacional
Sábado - 30 de Junho de 2007 às 16:19

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"Segundo nos LASHKAR GAH (Afeganistão), 30 Jun (AFP) - Bombardeios das forças internacionais a um vilarejo da província de Helmand (sul do Afeganistão) causaram a morte de, pelo menos, 65 civis afegãos e 35 talibãs na noite de sexta-feira, afirmou o governador do distrito de Gereshk, Dor Alishah.

"Segundo nossos números até o momento, 65 civis foram mortos, entre mulheres e crianças, assim como 35 talibãs" nos arredores do vilarejo de Haidar Abad, declarou à AFP.

Se o número ainda provisório de hoje for confirmado, os bombardeios aéreos serão os responsáveis pela maior número de mortes de civis desde dezembro de 2001, mesmo que a aviação americana tenha como alvo os talibãs em fuga.

Ao ser questionado pela AFP sobre esta estatística, John Thomas, porta-voz da Otan, respondeu que embora não existam dúvidas sobre a existência de vítimas civis, "não há até agora qualquer prova que confirme estes números tão elevados que foram divulgados".

"Nós faremos nossa própria contagem", disse.

A coalizão sob comando americano e a Força internacional de Assistência à Segurança (Isaf) dirigida pela Otan confirmou, sem fornecer números, a morte de civis na operação aérea conjunta realizada uma semana apenas após um ataque aéreo da Isaf que deixou 25 civis mortos na mesma região e que teria enfurecido o presidente Hamid Karzai. Ataques com morteiros e lança-foguetes dos soldados afegãos e da coalizão "responderam e apelaram para o reforço da aviação da Isaf e da coalizão" após a "identificação clara das posições de tiro inimigos, incluindo um sistema de trincheiras", explicou a coalizão em comunicado.

Ao final da batalha, "os restos de algumas pessoas, aparentemente de civis, foram encontrados perto dos rebeldes mortos em posição de combate nas trincheiras", descreveu a coalizão, que acusa os talibãs de usar civis como escudos humanos.

Um morador de um vilarejo vizinho, Feda Mohammad, afirmou à AFP que "seis casas foram bombardeadas, sendo que três foram reduzidas às cinzas". "Os velórios foram realizados em locais diferentes", acrescentou.

O novo ataque acontece em meio à cólera de Karza¯ que fustigou as "operações imprecisas e sem discernimento" das forças internationais que custaram a vida, segundo ele, de 90 civis em dez dias.

O presidente afirmou que tais operações fragilizam o apoio da população a seu governo e às forças internacionais, pelo que não serão mais "toleradas".

Um porta-voz da Isaf, a tenente-coronel Maria Carl, teria declarado na quarta-feira que a Aliança não tinha a intenção de rever a estratégia dos bombardeios aéreos contra os rebeldes, devido à insuficiência dos efetivos em terra.

Mais de 50.000 soldados estrangeiros estão mobilizados no Afeganistão.

Segundo as estimativas de ONGs, as forças internacionais, e, principalmente, as tropas americanas, são responsáveis pela morte acidental de, pelo menos, 300 civis desde o começo do ano.

Vários civis foram morreram em ataques ou atentados suicidas, a maioria revindicados pelos talibãs, um movimento islâmico que governou o país de setembro de 1996 a novembro de 2001.

Os ministros da Defesa dos 26 países da Otan estiveram reunidos neste mês em Bruxelas para discutir como limitar ao máximo as perdas civis.

Ainda neste sábado, um soldado da Isaf foi morto em uma operação em região não especificada ao sul, e seis civis morreram quando mísseis disparados por rebeldes contra uma base militar caíram em uma zona residencial, na província oriental de Kunar.





Fonte: AFP

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