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Internacional
Sábado - 30 de Junho de 2007 às 05:41

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LONDRES - A polícia britânica lançou uma ampla operação para encontrar os motoristas dos dois carros-bomba descobertos na madrugada de sexta-feira, 29, que poderiam ter causado uma tragédia no centro de Londres.

Especialistas da Scotland Yard passaram toda a noite examinando as possíveis pistas deixadas nos veículos. Eles também analisaram as gravações das várias câmeras de circuito fechado de televisão no West End, bairro teatral e turístico de Londres, para tentar identificar os terroristas.

Os dois carros, ambos Mercedes, estavam cheios de pregos, bujões de gás e recipientes cheios de gasolina. Se tivessem explodido, teriam provocado um autêntico inferno no bairro, sempre muito freqüentado até altas horas da noite.

Um dos carros tinha sido abandonado na porta de um popular clube noturno, perto de Piccadilly Circus. O segundo havia sido levado às proximidades de Park Lane por um guincho, porque estava mal estacionado, em um local próximo.

´Aviso a Brown´

A sorte evitou uma nova tragédia às vésperas do segundo aniversário dos atentados de 7 de julho de 2005. Na ocasião, quatro terroristas suicidas mataram 54 inocentes e feriram 784 na capital britânica.

A polícia, que não tinha nenhum indício da iminência de um novo ataque, foi alertada por enfermeiros de uma ambulância, que tinham ido à discoteca para prestar socorro a um bêbado. Eles viram sair fumaça de um Mercedes estacionado em frente ao local.

Pouco depois de os especialistas desativarem manualmente o explosivo dentro do carro, a polícia descobriu o segundo carro suspeito, da mesma marca, que tinha sido rebocado e recebido uma multa por estar estacionado irregularmente.

Segundo especialistas em terrorismo que acompanham os portais de internet dos seguidores da Jihad islâmica, os atentados frustrados podem ser um sinal enviado ao novo primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown. Ele sucedeu Tony Blair na quarta-feira passada na chefia do Governo e herda a delicada situação no Iraque.

Outros analistas vinculam os atentados à recente concessão pela rainha da Inglaterra de um título honorífico ao escritor Salman Rushdie. Ele é o autor do livro Os Versos satânicos, que muitos muçulmanos consideram uma obra blasfema.

Novas medidas

A natureza primitiva dos explosivos achados nos dois carros parecem indicar, segundo os especialistas, que os terroristas não tinham recebido treinamento sofisticado da rede da Al Qaeda. No entanto, parecem adotar a mesma ideologia do grupo.

Os clubes noturnos de Londres, que muitos terroristas consideram um símbolo da depravação associada ao Ocidente, já foram alvo de atentados frustrados. Um grupo de terroristas detido em 2004 pretendia atentar contra outra casa noturna londrina, o Ministry of Sound, com explosivos fabricados à base de adubos.

Outro terrorista, chamado Dhiren Barot, foi condenado à prisão perpétua em novembro de 2006. Ele foi declarado culpado de planejar ataques abandonando limusines em frente a edifícios.

O comitê de emergência do governo, integrado por vários ministros, deve se reunir de novo neste sábado sob o comando de Brown ou da ministra do Interior, Jacqui Smith, para analisar os progressos da polícia e decidir as novas medidas a serem tomadas.




Fonte: EFE

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