Congressistas querem que Bush pressione Putin

Líderes da chamada Comissão Helsinque dos Estados Unidos pediram nesta sexta-feira ao presidente George W. Bush que pressione seu colega russo, Vladimir Putin, sobre as medidas "autoritárias" empreendidas pelo governo de Moscou. Bush receberá Putin neste domingo, em Kennebunkport, e ambos devem analisar na próxima segunda-feira uma série de assuntos da agenda bilateral.

O legislador democrata Alcee Hastings, presidente da Comissão sobre a Segurança e a Cooperação na Europa, também conhecida como Comissão Helsinque dos Estados Unidos, e outros membros do grupo - entre eles os republicanos -, enviaram uma carta a Bush na qual criticam as medidas das autoridades do governo de Putin.

Em particular, os legisladores expressaram "graves preocupações", porque o controle dos meios de comunicação por parte do Kremlin e sua passividade na hora de proteger os direitos dos jornalistas. No dia 22 de junho, Hastings e o senador Benjamin Cardin, outro democrata da Comissão, enviaram uma carta a Putin na qual lhe reivindicaram os esforços de seu governo por limitar a liberdade de imprensa.

Citando estatísticas do Comitê para a Proteção de Jornalistas, os legisladores assinalaram que 13 jornalistas foram mortos na Rússia desde 2000, só três pessoas foram acusadas de ligação com os assassinatos, e nenhuma foi condenada. Na carta a Bush, a Comissão Helsinque expressou confiança em que o encontro com Putin "resulte em melhoras nas relações bilaterais e em decisões que sejam de benefício mútuo para ambos os países".

No entanto, destacaram que, apesar das melhoras econômicas sob o mandato de Putin, seu legado quanto à democracia e às liberdades fundamentais "está acentuado por um autoritarismo sub-reptício que caracterizou a política do Kremlin". Como exemplo desse autoritarismo, citaram o controle dos processos políticos, dos principais meios de radiodifusão e indústrias, e o funcionamento de ONGs e outros elementos da sociedade civil.