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Nacional
Quarta - 27 de Junho de 2007 às 20:48

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Uma operação com mais de 1.300 policiais, inclusive com a participação da Força Nacional de Segurança, deixou ao menos 13 mortos nesta quarta-feira em confrontos com traficantes, no Complexo do Alemão na zona norte do Rio de Janeiro, na maior operação desde o início das ações no conjunto de favelas.

Além dos 13 mortos, seis moradores ficaram feridos na troca de tiros, e quatro suspeitos foram detidos, entre eles um menor, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio.

Mais cedo, a secretaria havia anunciado que 18 suspeitos haviam morrido, porém o secretário alegou que houve uma contagem em duplicidade durante a ação.

A operação tinha como objetivo desarmar a facção criminosa que controla o tráfico de drogas no complexo. Após horas de intenso tiroteio, os policiais apreenderam duas metralhadoras antiaéreas, fuzis, pistolas, 30 quilos de cocaína e 115 quilos de maconha.

"Como sabíamos as dificuldades que encontraríamos no local, entramos com mais de 1.300 homens e posso dizer que logramos êxito em desarmar uma facção expoente no Rio de Janeiro", disse a jornalistas o secretário José Mariano Beltrame, após balanço da operação.

"Este material (armas) não chegou lá a partir de 2007. O tráfico acumulou equipamentos enormes durante anos e anos. Não vamos compactuar com o estado de violência, como estava acontecendo ali. Temos a obrigação de agir e levar paz e tranquilidade aos cidadãos."

OPÇÃO

Beltrame acrescentou que houve um "baque muito forte" ao comando do tráfico de drogas no local e que a ocupação policial permanecerá no complexo de favelas.

"A sociedade também tem que optar. Se ela quer que as pessoas fiquem sem tiros em determinadas favelas, mas a mercê do tráfico, ou se elas querem que o Estado ali se imponha e expulse o tráfico", declarou o secretário.

Segundo ele, a operação foi planejada diariamente durante três meses para que houvesse o menor risco à população civil. No entanto, o comércio da região fechou as portas, e pais correram para tirar seus filhos das escolas depois que o tiroteio começou.

Os traficantes fizeram barricadas e espalharam óleo para impedir que os blindados da polícia subissem o morro, enquanto policiais disseram ter chegado a locais que não eram alcançados dentro do conjunto de favelas há dez anos.

Cerca de 150 agentes da Força Nacional de Segurança deram apoio a 1.200 homens das Polícias Civil e Militar. A força federal foi enviada ao Rio no começo do ano, depois de uma onda de ataques a postos policiais e ônibus.

O chefe de Polícia Civil, Gilberto Ribeiro, disse que a ação no Alemão seria "cirúrgica", com base em atividades de inteligência realizadas desde que a polícia ocupou a vizinha favela de Vila Cruzeiro, em 2 de maio.

Até terça-feira, mais de 20 pessoas foram mortas e cerca de 60 feridas, a maioria vítimas de balas perdidas, durante tiroteios regulares entre policiais e traficantes.

A violência na cidade desperta preocupações para os Jogos Pan-Americanos, já que o Rio tem uma das maiores taxas de homicídios das Américas —1.800 assassinatos foram registrados na Região Metropolitana nos quatro primeiros meses do ano.

O Rio deve receber 5.500 atletas de 42 países e territórios, além de quase 800 mil turistas, durante os 16 dias do evento, que será aberto oficialmente em 13 de julho.

Cerca de 6.000 agentes da Força Nacional de Segurança vão vigiar as ruas da cidade durante os Jogos, ajudados por 16,5 mil policiais estaduais, alguns dos quais vão ocupar as favelas mais perigosas. Parte do esquema especial de segurança entra em vigor no sábado.




Fonte: Estadão

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