Respeito ao rodízio e férias de julho motivam suspensão de rodízio

Um maior respeito por parte dos motoristas em relação rodízio e as férias escolares de julho foram motivos que levaram a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a suspender a restrição de circulação de veículos no período, segundo informou nesta quarta-feira o presidente da companhia, Roberto Scaringella.

Inicialmente a companhia afirmou que a suspensão valeria do dia 2 de julho até o dia 10, e, no dia 11, ela seria retomada. No entanto, a informação foi corrigida e a suspensão acontecerá durante as duas primeiras semanas de julho: de 2 a 6 e de 9 a 13, sendo retomado no dia 16, segunda-feira.

O rodízio municipal de veículos proíbe a circulação de 20% da frota (dois números de placas por dia, de segunda a sexta-feira) em horário de pico --das 7h às 10h e das 17h às 20h-- no chamado centro expandido de São Paulo --o anel formado pelas marginais dos rios Pinheiros e Tietê e as avenidas Salim Farah Maluf, Luiz Inácio de Anhaia Melo, Juntas Provisórias e Bandeirantes.

O fim do congestionamento durante todo o mês de julho dependerá de uma avaliação realizada a partir dos índices de congestionamento registrados nas vias de São Paulo, segundo Scaringella. Ele afirmou que a idéia partiu de uma conversa com o prefeito Gilberto Kassab (DEM). "Eu discuti isso com ele [Kassab] e percebi uma receptividade muito grande", afirmou.

O rodízio poderá se estender durante todo o mês de julho, dependendo da avaliação a ser realizada. Se isso acontecer, segundo o secretário municipal de Transportes, Frederico Bussinger, os motoristas serão avisados com antecedência. "Ninguém vai ser surpreendido", disse o secretário.

Para Scaringella, a administração resolver fazer o teste só neste ano a partir das 1,5 milhão de multas aplicadas ao longo de 2006 por desrespeito ao rodízio. Ele afirmou que há um respeito maior por parte dos motoristas, o que motiva a administração municipal a fazer o teste. "Resolvemos fazer um teste agora porque chegamos a conclusão se trata da melhor hora. Esse ano é o primeiro ano de julho depois de 1,5 milhão de multas só registradas pelo rodízio em 2006", afirmou Scaringella.

Além disso, segundo ele, a pesquisa OD (origem-destino) do Metrô aponta que 20% das viagens realizadas pelo paulistano na capital são provocadas pelo chamado "motivo escola" (pais que precisam levar seus filhos de carro até as instituições de ensino).

A redução dos veículos em circulação durante o mês de julho é de cerca de 700 mil veículos (20% do total da frota circulante, estimado em 3,5 milhões de veículos por dia). O número só está abaixo do mês de janeiro, quando um milhão (28,5%) do total da frota circulante deixa de rodar.

História

A lei municipal que estabeleceu a restrição de circulação de veículos na cidade de São Paulo foi assinada em outubro de 1997 pelo então prefeito Celso Pitta (1997-2000). O "Programa de Restrição de Veículos Automotores no Município de São Paulo", que criou a Operação Horário de Pico no Município, ou simplesmente o rodízio, foi criada inicialmente com o intuito de melhorar a qualidade do ar com a retirada de parte da frota em circulação.

Nos anos de 1998 e 1999 foi feita a suspensão durante as férias de julho, sendo retomada apenas agora. Desde que foi criado, apenas os meses de janeiro tiveram suspensão da medida. Em outras oportunidades houve a restrição foi suspensa de forma pontual e não regular, por meio de decretos, para datas como o Carnaval (1999), feriado prolongado de Finados (2000), problemas técnicos na linha Vermelha do metrô (em 30 de agosto de 2001), e, mais recentemente, nos dias 15 e 16 de maio de 2006, durante a onda de ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital).