Justiça Federal começa ouvir investigados na Xeque-Mate amanhã

O juiz da 5ª Vara Federal de Campo Grande (MS), Dalton Igor Kita Conrado, começará a ouvir amanhã os acusados de pertencer à suposta máfia dos caça-níqueis que foi desarticulada na Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal.

Nesta primeira fase de interrogatório, o juiz vai ouvir cinco dos os 39 denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal), incluindo Dario Morelli Filho, compadre do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O juiz acatou a denúncia do MPF na segunda-feira, e os 39 denunciados passaram a ser réus e vão responder pelos crimes de contrabando, formação de quadrilha, corrupção ativa e falsidade ideológica.

O primeiro a prestar depoimento será Nilton Cezar Servo, às 9h (horário local). Ele é acusado de ser um dos líderes da máfia dos caça-níqueis.

Às 14h (horário local) estão previstos mais quatro depoimentos: Ari Silas Portugal, Hércules Mandetta Neto, o tenente-coronel da Polícia Militar, Marmo Marcelino de Arruda e o policial civil Edmo Medina Marquette. Todos eles estão presos e, por isso, têm prioridade para prestar depoimento.

Os outros 32 réus que respondem ao processo em liberdade serão ouvidos no dia 9 de agosto. Alguns dos réus que não moram em Campo Grande prestarão depoimento por carta precatória.

Operação

No dia 4 de junho, a PF prendeu 76 pessoas durante a Operação Xeque-Mate. No dia seguinte, a PF anunciou a prisão de mais duas pessoas --Nilton Cézar Servo e seu filho, Victor Servo.

Cézar Servo é investigado por ser dono de máquinas de caça-níqueis em vários Estados e teria ligações com Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do presidente Lula, e com Dario Morelli Filho. Os dois seriam sócios em uma casa de jogos na Baixada Santista.

Na noite do dia 6, Hércules Mandetta Neto, irmão do secretário municipal de Saúde de Campo Grande (MS), Luiz Henrique Mandetta, que estava foragido, se apresentou à PF. No dia 8, Ari Silas Portugal, também se entregou.