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Economia
Quarta - 27 de Junho de 2007 às 13:38
Por: Denize Bacoccina

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O Brasil tem a terceira maior meta de inflação entre os 25 países que adotam o mecanismo em todo mundo, depois da Romênia e da Indonésia, de acordo com um levantamento compilado pelo ABN-Amro.

A meta brasileira é de uma inflação anual de 4,5%, com margem de tolerância de 2 pontos para baixo ou para cima, o que significa que a inflação pode ficar entre 2,5% e 6,5%.

A da Romênia é de 7%, sem margem de tolerância, e a da Indonésia é de 5%, com um ponto de tolerância.

Considerando a margem de tolerância, a meta brasileira torna-se a segunda mais alta, ultrapassada apenas pela Romênia, que no próximo ano terá que reduzir sua meta para 2% para se adequar às regras da União Européia.

Metas de Inflação (anual em %) Romênia 7

Indonésia 5

Brasil 4,5

Filipinas 4,5

África do Sul 4,5

Turquia 4

Coréia do Sul 3

Chile 3

México 3

Peru 2,5

Polônia 2,5

Noruega 2,5

Austrália 2,5

Grã-Bretanha 2,0

Suécia 2,0

Tailândia 1,8

Suíça 1,0

Fonte: ABN-Amro

Polêmica

Na média, os 17 países emergentes que adotam o sistema de metas de inflação, têm um índice de 3,6%, com uma margem de tolerância de 1 ponto.

Os oito países industrializados que adotam o mecanismo têm uma média de 2,1%, com uma margem de tolerância de 0,6 ponto percentual.

O anúncio da manutenção da meta em 4,5%, nesta terça-feira, provocou polêmica, especialmente com as declarações de que o Banco Central está autorizado a buscar um índice de 4%.

Economistas do mercado avaliam que a meta poderia ser reduzida formalmente, já que a previsão de inflação do mercado é de 3,7% para este ano e de 4% para o próximo.

Os que defendem o nível atual, como o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, argumentam que a meta não é importante, e o que importa é a redução da inflação.

Classificação de risco

Na avaliação da economista Zeina Latif, do banco ABN-Amro, responsável pela compilação dos dados junto com a economista Tatiana Pinheiro, a manutenção da meta brasileira em 4,5% por cinco anos pode passar aos investidores a impressão de que o país não está se esforçando para melhorar as condições macroeconômicas.

“Já avançamos muito, é inegável, mas comparativamente a outros países, pode parecer aos investidores que a política macroeconômica ainda não está totalmente amadurecida”, afirmou Zeina.

Ela diz que é preciso mostrar, especialmente aos investidores estrangeiros, que podem não conhecer o país tão bem e olhar mais para os números, que o Brasil está se esforçando para levar o índice de inflação mais próximo aos dos outros países emergentes que adotam o sistema de metas.

A economista diz que estudos feitos pelo banco mostram que a inflação baixa é um dos componentes levados em conta pelas agências de rating na hora de decidir se o país será ou não classificado como grau de investimento.

A obtenção do grau de investimento é o objetivo principal da equipe econômica, já que muitos fundos de investimentos só podem investir em papéis de governos com esta classificação. O aumento do interesse dos investidores levaria a uma maior entrada de recursos e permitiria a redução dos juros pagos.





Fonte: BBC Brasil

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